O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou hoje a atacar a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para usar o isolamento social como um dos principais recursos de controle da Covid-19. Em meio ao pior momento da pandemia no país, Bolsonaro chamou as determinações de fechamento de atividades não essenciais de “frescura” e “mimimi”, contrariando as recomendações de autoridades da saúde para evitar um colapso no atendimento médico pelo país.
Bolsonaro também minimizou aglomerações e lamentou mortes, mas disse que elas fazem parte do dia a dia. Para o presidente, todos os serviços devem ser considerados essenciais.
“Vocês não ficaram em casa, não se acovardaram”, disse o presidente. “Temos que enfrentar nossos problemas. Chega de frescura, de mimimi, vamos ficar chorando até quando? Respeitar obviamente os mais idosos, aqueles que têm doenças. Mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”.
As declarações foram feitas hoje durante cerimônia de assinatura de inauguração de um trecho da ferrovia Norte-Sul em São Simão (GO). A obra vai atender um terminal de grãos e facilitar o escoamento da produção agrícola do sudeste goiano até o porto de Santos (SP).
“Lamentamos qualquer morte no Brasil”, afirmou o presidente. Ele disse que uma ex-professora morreu ontem com 101 anos de idade e que ele gostaria de vê-la, mas não será mais possível. “Mas essa é a nossa vida? Que imprensa é essa que deturpa tudo, fica com lupa buscando uma frase minha para me atacar”, disse ele, reclamando de que a imprensa afirma que ele não utiliza máscara de proteção facial mesmo com a crise sanitária.
Em outro momento, disse que só os idosos devem ficar em casa. “Lamento as mortes, repito, antes que a imprensa comece a dizer que não estou lamentando as mortes e pensando na economia.”
“Quando se fala, “essa atividade é essencial, aquela não”… atividade essencial é toda aquela necessária para o chefe de família levar o pão pra dentro de casa, porra”
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil
Fonte: UOL