Sérgio Cassiano de Sousa, morador da zona rural de Granjeiro apresentou à Câmara Municipal do Município, denúncia contra o prefeito Ticiano Tomé, que assumiu o cargo após o assassinato do então prefeito, João Gregório Neto, de 54 anos, conhecido como João do Povo. Ticiano Tomé era o vice-prefeito do município e estava rompido politicamente com João Gregório. Uma das linhas das investigações da Polícia Civil apontam motivação política para o assassinato. O atual prefeito e o pai dele, Vicente Félix de Sousa, são suspeitos de envolvimentos no crime. Eles negam. Desde a morte de Gregório, o município vive clima de instabilidade, que deve continuar em fevereiro.
“A gente recebeu a denúncia na quinta (23), protocolada por um cidadão. Na segunda (27), fui notificar o prefeito, mas ele achou por bem não receber. Com isso, a lei determina que a notificação do recebimento da denúncia seja publicada por duas vezes no Diário Oficial para que o prefeito tome conhecimento do fato”, explica o presidente da Câmara, Luiz Márcio Pereira, o “Marcim”. Após a comunicação formal, o prefeito terá um prazo para se defender.
Mesmo com as intempéries políticas, o Legislativo não deve ter pressa para julgar o caso. A Câmara Municipal só retorna do recesso parlamentar no dia 17 de fevereiro. De acordo com o presidente, logo na primeira sessão ordinária a denúncia e a defesa de Ticiano Tomé, se houver, vai ser apresentada e votada pelo plenário, composto por nove vereadores. Para ser aceita, precisa da anuência de cinco vereadores. “Se o plenário decidir aceitar a denúncia será formada uma comissão processante, escolhida por meio de sorteio”, diz Marcim. Só depois disso, começa o processo formal de análise da denúncia.
Assassinato
João Gregório Neto foi assassinado no dia 24 de dezembro do ano passado enquanto caminhava na beira do açude da cidade. Durante as investigações, a Polícia Civil prendeu dois homens e chegou a apontar o atual gestor e o pai dele, Vicente Félix de Souza, por suspeita de envolvimento no crime. O Ministério Público chegou a pedir a prisão de Vicente, mas a Justiça negou. Hoje, ele segue monitorado por meio de uma tornozeleira eletrônica.
O promotor de Justiça Rafael Couto Vieira disse que acredita na elucidação do crime. “Granjeiro é uma cidade muito pacata, onde não se tinha notícias desse tipo de violência. O crime chocou e traumatizou a população que cobra um desfecho. Apesar de a investigação ser bastantes complexa, acredito que em um médio prazo tenhamos a solução para esse caso”, afirma.
Por Verônica Prado
Fonte: Diário do Nordeste