A Polícia Federal (PF) indiciou nesta terça-feira (19) o ex-presidente Jair Bolsonaro por fraude em cartão de vacinação para Covid-19. Em janeiro, a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que é falso o registro de imunização contra a doença que consta do cartão de vacinação de Bolsonaro. A investigação originou-se de um pedido à Lei de Acesso à Informação (LAI) formulado no fim de 2022.
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Os dados atuais do Ministério da Saúde, que aparecem no cartão de vacinação, apontam que o ex-presidente se vacinou em 19 de julho de 2021 na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, na zona norte de São Paulo. A CGU, no entanto, constatou que Bolsonaro não estava na capital paulista nessa data e que o lote de vacinação que consta no sistema da pasta não estava disponível naquela data na UBS onde teria ocorrido a imunização.
Além de Bolsonaro, outras 16 pessoas também foram indiciadas, como o tenente-coronel Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) – veja lista completa mais abaixo. Cid e Reis também foram indiciados pelos dois crimes de inserção e falsificação. Além disso, o tenente-coronel foi indiciado por uso indevido de documento falso.
O crime de associação criminosa prevê pena de 1 a 3 anos de prisão; o de inserção de dados falsos em sistema de informações, de 2 a 12 anos.
Indiciados
• Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;
• Mauro Barbosa Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República;
• Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;
• Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ);
• Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;
• Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a família de Cid;
• Eduardo Crespo Alves, militar;
• Paulo Sérgio da Costa Ferreira
• Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;
• Marcelo Fernandes Holanda;
• Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
• João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias;
• Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
• Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;
• Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;
• Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
• Célia Serrano da Silva.
Outro lado
Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, o advogado de Bolsonaro Fabio Wajngarten criticou a divulgação do indiciamento. “Vazamentos continuam aos montes, ou melhor aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”, escreveu.
Por Heloísa Mendelshon