O presidente Jair Bolsonaro ameaçou nesta quarta-feira reagir fora dos limites da Constituição após se tornar alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que vai investigar seus ataques ao sistema eleitoral.
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“Esse inquérito não está dentro das quatro linhas da Constituição, então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição”, disse Bolsonaro em transmissão ao vivo pelas redes sociais.
“Meu jogo é dentro das quatro linhas, mas se começar a chegar coisas fora das quatro linhas, vou ser obrigado a agir fora das quatro linhas”, acrescentou o presidente, citando como exemplo o inquérito aberto pelo STF, que chamou de “inquérito da mentira”.
O presidente fez as declarações pouco depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolher notícia-crime encaminhada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Bolsonaro sobre os ataques ao sistema eleitoral e determinar a “imediata investigação em face das condutas do presidente da República”.
Em seu despacho, Moraes cita declarações de Bolsonaro contra o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e a favor de uma manifestação popular em São Paulo, descrita por Bolsonaro como “último recado para que eles entendam o que está acontecendo”.
O ministro do STF pediu a transcrição pela Polícia Federal do vídeo da live de Bolsonaro da última quinta-feira (29), quando mostrou antigos vídeos desmentidos anteriormente como indícios de irregularidades das urnas eletrônicas e a oitiva dos envolvidos na mesma na condição de testemunhas.
Bolsonaro reiteradamente tem dito que o sistema de urnas eletrônicas não é confiável, já afirmou que um eleição sem voto impresso não terá legitimidade e chegou a colocar em dúvida a realização das eleições do ano que vem.