O ex-secretário especial da Cultura do governo do presidente Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, sabia que estava citando trechos ditos por Joseph Goebbels, ministro da Propaganda Nazista de Adolf Hitler, garantiram ao blog assessores da pasta.
As frases semelhantes às ditas por Goebbels foram utilizadas por Alvim em vídeo divulgado nesta quinta-feira (16) para a divulgação do Prêmio Nacional das Artes. Após a repercussão negativa do caso, o presidente Bolsonaro exonerou Alvim.
Assim como Goebbels havia afirmado em meados do século XX que a “arte alemã da próxima década será heroica” e “imperativa”, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e “imperativa”.
Ao blog, funcionários da secretaria dizem que acompanharam a produção do pronunciamento e que Alvim sabia das semelhanças com os discursos do ministro nazista. Até por isso a estética do vídeo era parecida com a propaganda nazista, e não apenas as frases de Goebbels.
O vídeo, em que Alvim que aparece sentado a uma mesa de gabinete com uma imagem de Bolsonaro e uma bandeira do Brasil, tem como música de fundo a obra “Lohengrin”, de Richard Wagner (1813-1883). O artista é um maestro e compositor alemão que escreveu ensaios nacionalistas e antissemitas, e foi tomado pelos nazistas como exemplo de superioridade musical e intelecto.
Na manhã desta sexta, Alvim afirmou em rede social que a semelhança entre trechos foi “apenas uma frase do […] discurso na qual havia uma coincidência retórica”.
Também nesta sexta, ele afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que foi feito um “brainstorming” para a produção do discurso, com a reunião de diversos materiais sobre cultura nacionalista. “Houve uma coincidência retórica, sem o conhecimento da origem da frase. As ideias da frase não tem a ver com perseguição ao povo judeu”, afirmou na entrevista.
Fonte: Blog do Mateus Leitão/G1