O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes decidiu hoje pela prorrogação por mais 180 dias do inquérito das fake news, aberto pelo Supremo para apurar a existência de uma rede de disseminação de notícias falsas e ameaças aos ministros da Corte. Recentemente, a investigação se voltou a empresários, blogueiros e militantes aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a proximidade do recesso, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 180 (cento e oitenta) dias, a partir do encerramento do prazo anterior (15 de julho), o presente inquérito”, diz o despacho do ministro.
Nesta semana, Moraes, que é relator da investigação, informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que aguarda a conclusão de perícias para poder decidir sobre o compartilhamento de provas do inquérito com as ações eleitorais que pedem a cassação do mandato de Bolsonaro.
O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Og Fernandes, relator das ações de cassação no TSE, admitiu que provas do inquérito das fake news sejam compartilhadas com a Justiça Eleitoral, mas deixou para Moraes a decisão de avaliar se a apuração criminal tem relação ou não com os processos eleitorais.
Hoje mais cedo, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Cauê Macris (PSDB), assinou o afastamento dos deputados Douglas Garcia e Gil Diniz das atividades relacionadas à sigla deles, o PSL, na Casa.
Os dois já estavam suspensos do partido desde o dia 28 por causa das investigações do STF a respeito do suposto envolvimento dos deputados na disseminação de fake news.
Recentemente, a investigação passou a mirar apoiadores do presidente Bolsonaro, que são investigados por suspeitas de integrar uma rede para disseminação de notícias falsas e ameaças contra os ministros do STF.
Também foi nesse inquérito que o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, teve que dar explicações após ser divulgado o vídeo da reunião ministerial em que ele defende a prisão de ministros do STF: “Botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”, disse Weintraub na reunião do dia 22 de abril no Planalto.
Ontem, por 9 votos a 1 em outro julgamento, o STF decidiu manter Weintraub no inquérito das fake news, negando ação de habeas corpus apresentada pelo ministro da Justiça, André Mendonça. Weintraub foi demitido hoje do cargo.
Fonte: UOL