Os policiais militares amotinados no 18º Batalhão decidiram pelo fim do movimento na noite deste domingo (1º). Os agentes resolveram aceitar a proposta definida mais cedo pela comissão especial formada por membros dos três poderes estaduais e por representantes dos PMs.
A proposta feita pela comissão especial inclui os seguintes termos:
• Os policiais militares contarão com o apoio de instituições extragovernamentais, como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública e Exército;
• Os agentes terão direito a um processo legal sem perseguição, com amplo direito a defesa e contraditório, e acompanhamento das instituições de apoio;
• O governo do Ceará não vai transferir policiais para o interior do estado em um prazo de 60 dias, contados a partir do fim do motim;
• Os policiais militares devem retornar ao trabalho nesta segunda-feira, dia 2 de março.
Durante determinado período de duração do motim houve, pelo menos 195 homicídios, contados entre 19 e 25 de fevereiro, conforme balanço da Secretaria da Segurança Pública (SSPDS). O mês de fevereiro de 2020 foi considerado o mais violento dos últimos oito anos. Desde o dia 1º até o dia 27, foram contabilizados 405 assassinatos no Ceará. Em 2019, o número chegou a 164 no mesmo mês.
Desde o início do motim 47 policiais militares foram presos, sendo 43 deles por deserção; três por participarem de motim; e um outro por incendiar um carro particular.
Outra medida foi o afastamento de 230 agentes das funções por motim, insubordinação e abandono de posto de trabalho. Os pagamentos dos salários serão suspensos por 90 dias. Além disso, o envolvidos devem devolver o distintivo, a identidade funcional, a algema e a arma.
O motim de parte dos PMs iniciou no final da tarde do dia 18 de fevereiro. No dia seguinte, o senador licenciado e ex-governador Cid Gomes chegou a ser atingindo por 2 tiros de armas de fogo em grande tumulto em Sobral. Em meio a policiais amotinados, 2,5 mil soldados do Exército Brasileiro estiveram no Ceará reforçando a segurança nas ruas do Estado, além de 150 agentes da Força Nacional na tentativa de conter a crise na segurança pública.
As medidas estiveram dentro da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada pelo presidente Jair Bolsonaro na última quinta (20).
Fonte: Diário do Nordeste