A advogada e influenciadora digital Márcia Rúbia Batista Teixeira, de 49 anos, foi presa sob suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas em Iguatu. Márcia, que possui mais de 6 mil seguidores nas redes sociais e se apresenta como especialista em Lei de Drogas, mantinha diálogos com o traficante Thiago Oliveira Valentim, conhecido como chefe da facção criminosa Comando Vermelho na região.
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De acordo com as investigações da segunda fase da Operação “Tempestade”, que resultou na prisão da advogada em setembro, Márcia teria transferido a quantia de R$ 10 mil para Thiago Fumaça, como é conhecido o traficante. Em uma das conversas interceptadas, Thiago indicou um “coordenador” para atuar no bairro Santo Antônio, em Iguatu, sob o comando da advogada. Esse coordenador seria responsável por gerir as atividades ilegais do comércio de drogas e pela movimentação financeira da facção na área, além de intervir em questões eleitorais para favorecer um candidato apoiado por Márcia.
Após a prisão, a defesa de Márcia solicitou à Justiça a conversão da prisão temporária em domiciliar, argumentando que ela é a única responsável pelos cuidados de um filho menor de 12 anos. A Vara de Delitos de Organizações Criminosas acatou o pedido, determinando que a advogada fosse monitorada eletronicamente.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) havia emitido parecer pedindo a manutenção da prisão temporária, alegando que a conduta de Márcia representa um risco à segurança pública e ao bem-estar da coletividade. O MP destacou que as conversas encontradas no celular de Thiago Oliveira Valentim indicam uma “relação íntima” entre o traficante e a advogada, além de uma colaboração direta nas atividades criminosas.
O pagamento de R$ 10 mil teria sido feito após um pedido de Márcia para que Thiago indicasse alguém que pudesse atuar como “braço direito” da advogada nas atividades da facção no Bairro Santo Antônio. Além da transferência via pix, o Ministério Público revelou que a advogada também ofereceu pagamentos em dinheiro para garantir a cooperação do coordenador.
As investigações apontam que o coordenador indicado por Thiago Fumaça também teria papel estratégico nas eleições municipais, atuando para favorecer o candidato apoiado pela advogada. Márcia, que é professora universitária e pós-graduada em Ciências Penais e Criminologia, é acusada de integrar e desempenhar um papel fundamental na estrutura da organização criminosa.
Nas redes sociais, Márcia Rúbia costumava publicar vídeos explicando de forma simplificada questões jurídicas, além de compartilhar momentos de sua rotina como advogada. No entanto, as investigações revelam que suas atividades iam muito além das redes sociais. O MPCE sustenta que ela utilizava seu conhecimento jurídico e suas conexões para facilitar operações ilegais e aumentar sua influência na região.