A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, nesta segunda-feira (21), no Vaticano, gerou comoção no Cariri. Autoridades políticas e religiosas da região manifestaram pesar e exaltaram o legado do pontífice argentino, especialmente por seu olhar voltado aos mais pobres e por seu papel histórico na reconciliação da Igreja Católica com Padre Cícero Romão Batista.
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🗣️ Autoridades políticas se pronunciam
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, destacou a missão do Papa Francisco como defensor dos mais vulneráveis: “Vai em paz, Papa Francisco. Seu legado de amor e dedicação aos mais pobres e desassistidos jamais será esquecido”, escreveu nas redes sociais.
O ministro da Educação, Camilo Santana, também expressou sua gratidão: “Obrigado por tanto, Papa Francisco. Que Deus te receba em sua infinita misericórdia. O mundo, pelo qual o senhor lutou para deixar mais humano e justo, fica com seus ensinamentos sobre fé e amor aos que mais precisam”.
🇻🇦 Encontro histórico no Vaticano
Camilo Santana relembrou ainda o encontro que teve com o Papa Francisco em 2017, no Vaticano. Na ocasião, ele agradeceu pessoalmente pela reconciliação da Igreja com Padre Cícero, símbolo da fé popular nordestina.
“Foi um momento muito importante e de muita emoção. Disse ao Papa Francisco que éramos muito gratos pela reconciliação de Padre Cícero com a Igreja, que só aconteceu graças a ele”, relatou na época.
O então cardeal pontífice também demonstrou, naquele momento, disposição em analisar de forma positiva a beatificação de Padre Cícero, cujo processo foi formalmente iniciado em 2022.
✝️ Diocese de Crato lamenta falecimento
A Diocese de Crato, responsável por uma das regiões mais fervorosas da fé católica no Ceará, emitiu nota oficial lamentando a morte do Papa.
A nota destaca a liderança espiritual de Francisco, seu compromisso com os excluídos e sua proximidade com o povo nordestino. A Diocese também reforçou o legado deixado pelo pontífice, sobretudo no fortalecimento da religiosidade popular.
Leia a íntegra:
“Obrigado, Francisco, por nos ensinar que o Evangelho se escreve com letras de esperança e tinta de ternura”.
Em meio ao silêncio sagrado que envolve o mistério da morte, a Igreja de Crato, peregrina e esperançosa, ergue os olhos para o horizonte da Eternidade, onde brilha, agora em plenitude, a vida do nosso amado Santo Padre, o Papa Francisco. Com coração transbordante de gratidão e fé pascal, proclamamos: Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat!
Foi ele, o humilde pescador de almas, que, com os trajes simples de pastor, calçou as sandálias de Francisco de Assis para lavar os pés do mundo. Em seu pontificado, o Espírito soprou com força de profecia: rasgou as vestes da indiferença, denunciou a cultura do descarte e, com audácia evangélica, fez da Igreja uma tenda de encontro onde os últimos são os primeiros, onde a misericórdia não é doutrina, mas abraço afetuoso e acolhedor.
Papa Francisco foi a voz que ecoou no deserto dos nossos egoísmos, lembrando-nos que “a Igreja não é um posto alfandegário, mas a casa paterna” (Evangelii Gaudium, 47). Com gestos que falaram mais que palavras, abençoou as feridas da humanidade, beijou os pés dos refugiados, e fez da periferia o centro do Reino. Sua vida foi um Magnificat aos pobres, um canto de esperança para os que jazem nas sombras da história.
Hoje, como Igreja particular de Crato, mergulhada na dor que se transfigura em louvor, bendizemos ao Pai por este sinal profético em nosso tempo. Ele, o Papa do “sonhem grande!”, do “como eu gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres!”, agora descansa no seio de Abraão, entre os profetas e os mártires, na Jerusalém celeste. O papa que olhou com carinho para o nosso Cariri: reconheceu o martírio da menina Benigna Cardoso, primeira beata do Ceará, que autorizou a abertura do processo de beatificação do servo de Deus, Pe. Cícero Romão Batista. Nosso coração transborda de gratidão por tanta delicadeza e cuidado para com a nossa gente.
Confiantes na promessa do Ressuscitado, não dizemos “adeus”, mas “a Deus“. Pois a morte é apenas o umbral da liturgia eterna, onde os servos fiéis entoam o Sanctus diante do Cordeiroredivivo. Que Maria, Mãe da Igreja, a quem ele consagrou seu ministério, o apresente à Trindade Santa. E que seu legado de ternura revolucionária continue a incendiar nossos corações.
“Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, ao chegar, encontrar vigilante” (Lc 12,37). Francisco, servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor!
Diocese de Crato, 21 de abril de 2025,
Dom Magnus Henrique Lopes, OFMCap.
Bispo Diocesano”
Por Nicolas Uchoa










