O jornal americano “The New York Times” publicou uma reportagem em que critica o combate do Brasil contra a Covid-19. A manchete diz que o “plano de vacinação no Brasil está atolado no caos”.
“À medida que os esforços de vacinação estão em andamento no Reino Unido e nos Estados Unidos, dando às suas populações a chance de começar a imaginar uma vida pós-pandemia, as autoridades brasileiras estão mais uma vez despreparadas e atoladas em fortes disputas sobre a política de vacinas”, publicou o jornal.
A reportagem é assinada por Ernesto Londoño, Manuela Andreoni e Letícia Casado. Eles começam citando que o Brasil deveria ter uma vantagem significativa nesse processo, porque possui um “programa de imunização mundialmente conhecido e uma robusta capacidade de fabricação de medicamentos”.
“Mas lutas políticas internas, planejamento aleatório e um movimento antivacinas nascente deixaram o país, que sofreu o segundo maior número de mortes da pandemia, sem um programa de vacinação claro. Seus cidadãos agora não têm noção de quando podem obter alívio de um vírus que colocou o sistema de saúde pública de joelhos e esmagou a economia”, destacou o texto.
Na sequência da reportagem, Denise Garrett, epidemiologista brasileira-americana do Sabin Vaccine Institute, afirma que no país “estão brincando com vidas” e opina que isso “é quase um crime”.
Depois o texto destaca como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sempre minimizou a gravidade da Covid-19 e cita os desentendimentos entre o Ministério de Saúde e os governadores, na semana passada. As frequentes trocas de críticas entre João Doria (PSDB) e Bolsonaro também foram explicadas.
Por fim, Carla Domingues, epidemiologista que dirigia o programa de imunização do Brasil até o ano passado, lamentou que a vacina contra o coronavírus tenha se tornado uma questão partidária. “Isso nunca aconteceu nos esforços de imunização. Isso vai deixar as pessoas confusas. É surreal”, concluiu Carla.
Fonte: UOL
