Os integrantes do Colégio Eleitoral confirmaram hoje a apuração dos votos na eleição dos Estados Unidos, com o democrata Joe Biden e a vice Kamala Harris eleitos. A decisão de hoje é mais uma derrota na tentativa do presidente Donald Trump de reverter o resultado das urnas.
Pela apuração parcial, Biden tem 302 votos no Colégio Eleitoral e Trump, 232. Em número de votos, ao todo, foram 81,3 milhões para o democrata e 74,3 milhões para o republicano.
A vitória de Biden foi confirmada após apuração na Califórnia, que representa 55 votos no Colégio Eleitoral. Conquistando o estado, o democrata saltou de 247 para 302, 32 votos acima do mínimo necessário para ser eleito (270).
Havaí será o último estado a divulgar seus votos, às 14h (horário local, 21h em Brasília), que devem ser favoráveis a Trump.
Os resultados já foram certificados pelos 50 estados norte-americanos e pelo Distrito de Columbia, onde está localizada a capital Washington. A cerimônia de hoje era um procedimento formal para confirmar o resultado das eleições de novembro.
A corrida eleitoral foi acirrada e a apuração começou dramática para Biden, que perdeu na Flórida, estado de peso na votação, e começou atrás na Geórgia e na Carolina do Norte. Mas a virada no estado da Pensilvânia ajudaram a garantir a vitória do democrata.
Biden deve fazer um pronunciamento hoje à noite em Delaware, seu reduto político, para celebrar o passo final que consagra sua vitória e a força e resistência da democracia americana, de acordo com a equipe de transição.
“Nós, o povo, votamos. Foi mantida a fé em nossas instituições. A integridade de nossa eleição permanece intacta. (…) A chama da democracia foi acesa nesta nação há muito tempo. E agora sabemos que nada — nem uma pandemia ou um abuso de poder — pode apagar essa chama.”
Trecho do discurso de Biden enviado à CNN
Acusações infundadas de fraude
Desde antes de 7 de novembro, quando Biden foi declarado vitorioso, Trump alega, sem apresentar provas, que houve fraudes no processo eleitoral. A campanha de Trump, porém, não conseguiu provar nenhum caso de fraude e as tentativas de impugnar a votação, examinadas por dezenas de juízes, foram rejeitadas, com apenas uma exceção.
Na semana passada, a Suprema Corte se recusou a julgar um pedido republicano de recontagem. O processo foi movido pelo procurador-geral do Texas, Ken Paxton, que buscava anular os resultados nos estados da Pensilvânia, Geórgia, Michigan e Wisconsin, todos vencidos pelo democrata.
Ontem, Trump perdeu sua última apelação eleitoral na Geórgia. Muitos republicanos, no entanto, foram contra a atitude de Trump e criticaram o presidente por não aceitar a derrota.
Não se espera que o presidente se recuse a deixar a Casa Branca, mas é provável que ele evite se juntar a Biden em sua posse, marcada para 20 de janeiro. No fim de semana, ao ser questionado pela Fox News se compareceria ao evento, como exige o protocolo e séculos de tradição, Trump se limitou a responder: “Não quero falar sobre isto”.
Alguns aliados de Trump especularam sobre a possibilidade de contestar o resultado no dia 6 de janeiro, quando o Congresso validará formalmente a votação do Colégio Eleitoral.
Embora as possibilidades de sucesso da iniciativa sejam praticamente nulas, esta seria mais um exemplo do cenário de profunda divisão em que Biden iniciará sua presidência.
Com AFP