A Petrobras obteve licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a exploração de petróleo na Margem Equatorial, região no Norte do Brasil considerada a nova aposta energética do país devido ao seu potencial petrolífero. O anúncio foi feito no início da tarde desta segunda-feira (20) pelo órgão ambiental.
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De acordo com a Petrobras, a sonda já está posicionada no bloco FZA-M-059, em águas profundas do Amapá, a 175 km da costa e 500 km da foz do Rio Amazonas. A empresa informou que a perfuração exploratória deve começar “imediatamente” e terá duração estimada de cinco meses.
A estatal destacou que esta fase tem caráter exploratório e não prevê produção de petróleo neste momento. O objetivo é avaliar a presença de petróleo e gás em escala econômica e coletar informações geológicas.
A licença foi concedida aproximadamente dois meses após a Avaliação Pré-Operacional (APO), última etapa do processo de licenciamento, que incluiu simulação de emergência com atenção especial à fauna marinha.
✅ Petrobras promete operar com segurança ambiental
A Petrobras afirmou ter cumprido todas as exigências ambientais do Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
A presidente da estatal, Magda Chambriard, comemorou a autorização: “É uma conquista da sociedade brasileira. Revela o compromisso das instituições com o diálogo e com o desenvolvimento do país”, afirmou.
Segundo ela, foram cinco anos de negociações com órgãos ambientais municipais, estaduais e federais até a aprovação final.
“Vamos operar na Margem Equatorial com segurança, responsabilidade e qualidade técnica”, garantiu.
🌍 Nova fronteira energética do Brasil
A Margem Equatorial vem sendo apontada como a nova fronteira petrolífera do país, após o pré-sal. Localizada próxima à linha do Equador, a região inclui áreas marítimas do Rio Grande do Norte ao Amapá. Descobertas recentes na Guiana, Guiana Francesa e Suriname elevaram o interesse internacional na área.
A exploração do bloco começou a ser disputada em 2013, quando a britânica BP venceu a licitação. Em 2021, a empresa transferiu a concessão para a Petrobras, por decisão estratégica.
Até então, a Petrobras só tinha autorização para perfurar dois poços na costa do Rio Grande do Norte. Em 2023, um pedido de licença na Bacia da Foz do Amazonas chegou a ser negado pelo Ibama, o que gerou reação do governo federal e pressão do Congresso.
Segundo a Petrobras, a espera pela licença custou R$ 4 milhões por dia à estatal.
💰 Potencial bilionário
Um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que o volume recuperável na Bacia da Foz do Amazonas pode chegar a 10 bilhões de barris de óleo equivalente. Para comparação, o Brasil possui hoje 66 bilhões de barris entre reservas provadas, prováveis e possíveis, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
🌿 Críticas e preocupações ambientais
A autorização do Ibama gerou críticas de ambientalistas, que alertam para riscos à biodiversidade da região e questionam a exploração de combustíveis fósseis em meio à transição energética global.
Organizações ambientais apontam risco à fauna marinha e proximidade com ecossistemas sensíveis. A Petrobras, porém, afirma que a área exploratória fica a 540 km da foz do Rio Amazonas, afastando risco direto ao bioma.
Por Aline Dantas










