A presença de micro e nanoplásticos no meio ambiente e no corpo humano já é uma realidade comprovada pela ciência, embora os danos diretos à saúde ainda estejam em investigação. É o que revela uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que analisou 140 estudos sobre o tema realizados em diversos países, incluindo o Brasil.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
📌 Contaminação global e silenciosa
De acordo com o professor Vitor Ferreira, do Instituto de Química da UFF e coordenador do estudo, os impactos do plástico no ambiente vêm sendo investigados desde a década de 1940, mas apenas nos últimos dez anos as micropartículas passaram a ser foco das pesquisas científicas.
“Os plásticos não são biodegradáveis. Eles se fragmentam com a radiação solar em micropartículas e depois em nanopartículas, que acabam ficando na água, no solo, no ar — e entram na cadeia alimentar. Até a água que a gente bebe tem micro e nanoplásticos”, afirmou o pesquisador.
🍽️ Plásticos no prato, no ar e na pele
Os plásticos foram encontrados em alimentos comuns do dia a dia como:
• Açúcar
• Sal
• Mel
🐟🦐 Peixes e frutos do mar
A ingestão maior ocorre justamente por meio da cadeia alimentar marinha, quando animais consomem partículas plásticas presentes nos oceanos. Estudos também indicam que a respiração e o contato com a pele são outras vias de contaminação.
Estima-se que:
• A humanidade consome entre 39 mil e 52 mil microplásticos por ano;
• Número pode subir para 121 mil considerando a inalação;
• Quem consome apenas água engarrafada pode ingerir até 90 mil microplásticos a mais.
Segundo os cientistas, esses dados ainda podem estar subestimados, já que as nanopartículas são difíceis de detectar com técnicas convencionais.
🧬 Partículas já foram encontradas em fetos
Após entrar no organismo, os micro e nanoplásticos podem se acumular:
• Nos pulmões
• Na boca
• Na corrente sanguínea
• Em tecidos e órgãos
Pesquisas recentes apontaram a presença dessas partículas em placentas e cordões umbilicais, o que indica exposição ainda no período fetal.
⚕️ Riscos à saúde preocupam cientistas
Embora ainda faltem estudos conclusivos sobre o impacto direto na saúde humana, os cientistas alertam para possíveis relações com doenças. O professor Vitor Ferreira destaca: “Encontramos apenas um estudo clínico que analisou coágulos nas artérias e detectou microplásticos em 60% dos casos. Pode ser que tenham contribuído para a formação desses coágulos. Agora é avançar para comprovar essa relação.”
♻️ Medidas urgentes
Ferreira defende que o enfrentamento do problema exige ações rápidas:
• Ampliação da reciclagem
• Redução do descarte indevido
• Compromisso ambiental de indústrias e governos
• Mudanças de hábitos individuais
A Organização das Nações Unidas (ONU) negocia desde 2022 um tratado global para combater a poluição plástica, mas as negociações já sofreram dois adiamentos.
Por Fernando Átila










