Os focos ativos de fogo registrados até este domingo (18), com 524 notificações, já superam o total do mês de setembro, quando foram 440 detecções, no Ceará, de acordo com o monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De outubro a dezembro, pela média histórica, a tendência é de mais localidades afetadas pelos incêndios que prejudicam animais, vegetação e moradores.
Para se ter uma noção do elevado número de focos até agora, o índice nesse início de outubro já supera o total de incêndios registrados em outubro inteiro dos anos de 2011 (478), 2013 (472) e 2014 (444).
Neste ano, o Estado já acumula 1.355 focos ativos de calor. Os registros, por mês, começaram a se intensificar em julho (63) e agosto (209). Devido à aumento dos incêndios florestais e das queimadas, o Governo do Estado decretou, no dia 27 de julho, estado de emergência ambiental no Ceará, válido até janeiro de 2021. Essa medida proíbe uso do fogo em vegetação.
Os meses de outubro (1.373), novembro (1.324) e dezembro (769) tiveram maiores índices de queimadas no ano passado, que totalizou 4.304 focos ativos.
Esse controle realizado no Programa Queimadas do Inpe é feito por meio de satélites que analisam imagens e, dessa forma, a relação entre foco e incêndio não é direta. “Um foco indica a existência de fogo em um elemento de resolução da imagem (píxel), que varia de 375 m x 375 m até 5 km x 4 km, dependendo do satélite”, explica o órgão.
Assim, as imagens podem representar várias queimadas distintas em um ponto ou, caso seja um incêndio seja muito extenso, será detectado como mais de um ponto.
Causas e impactos
Em Sobral, no Norte do Estado, a maioria dos focos de incêndios estava relacionada à queima de lixo e limpeza de terrenos, como observa o major Mardems Vasconcelos, comandante adjunto da 1º Companhia do 3º Batalhão de Bombeiros. “Em setembro, a gente teve aumento da quantidade de incêndios nas estradas, como as que ligam Sobral aos distritos de Bonfim, de Jordão, ou aos municípios como Massapê e Forquilha”, acrescenta.
Na cidade, duas equipes atendem às ocorrências em viaturas de combate à incêndio com capacidade de 5 mil litros de água, além de uma viatura reserva com 10 mil litros disponíveis. Porém, muitos registros são feitos em localidades de difícil acesso e os bombeiros precisam usar os kits individuais.
Atualmente, quatro ocorrências simultâneas podem ser atendidas, mas em outubro já se registram 13 chamados de queimadas ocorrendo ao mesmo tempo. A contribuição da sociedade está “primeiro, na prevenção ativa, não colocando fogo em terrenos ou no lixo. Não jogando ponta de cigarros e até o lixo, que jogam na estrada pode servir como alimento para as chamas. Verificar quem está colocando fogo e denunciar”, conclui o major.
Fonte: Diário do Nordeste