O cenário de reduzidos focos de incêndios registrados no início deste mês devido as chuvas volumosas que caíram nos primeiros dias de novembro em várias regiões do Estado, se alterou a partir da segunda semana. Os números de queimadas se multiplicaram com a ausência de chuvas e o Ceará já soma 666 em apenas 16 dias. A média é superior a 41 focos a cada 24 horas.
Até agora, apenas dois dias (2 e 14) não tiveram registros de incêndios, enquanto o último dia 13 foi o que teve o maior registro, com 351 focos. A média para o mês é de 1.886 focos e, novembro de 2003 foi o mês com maior registro dos últimos 22 anos, com 4.760 queimadas em vegetação. Os números são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Alerta
Quando há ausência de chuva, aumento das temperaturas e fortes ventos – como tem acontecido atualmente -, forma-se um cenário propício para que os focos se alastrem.
No entanto, apesar dessa comunhão de fatores, o comandante do 4º Grupamento de Bombeiros Militares, tenente-coronel, Nijair Araújo, adverte que o “grande problema é a atuação humana”. Ele avalia que “90% das queimadas são causadas de forma criminosa, pelo homem”.
Nijair avalia que “investimento em educação ambiental e punição aos que colocam fogo na vegetação” poderiam reduzir consideravelmente o número de queimadas no Ceará.
Os focos, acrescentar Araújo, trazem impacto para fauna e flora, e demanda uma grande quantidade de água para que o Corpo de Bombeiros consiga conter as chamas. Em média, usa-se 5 mil litros em cada ação para conter um incêndio.
Por André Costa
Fonte: Diário do Nordeste