O ano de 2024 será o mais quente já registrado e o primeiro a ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5°C em relação ao período pré-industrial, estabelecido pelo Acordo de Paris. A confirmação foi feita nesta segunda-feira (9) pelo observatório europeu Copernicus.
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Após o segundo novembro mais quente já registrado, o observatório declarou que há certeza de que 2024 superará todos os recordes anteriores de temperatura global. “A temperatura média do próximo ano ultrapassará o nível pré-industrial em mais de 1,5°C”, informou a entidade.
Impactos climáticos em escala global
O penúltimo mês de 2023 foi marcado por uma série de desastres climáticos, como tufões devastadores na Ásia, secas históricas na África Austral e na Amazônia, além de temperaturas 1,62°C acima da média de novembros anteriores ao uso industrial de combustíveis fósseis.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo segue em direção a um aquecimento “catastrófico” de até 3,1°C até o final do século, caso as atuais políticas climáticas não sejam revistas. Mesmo com promessas de financiamento climático, países em desenvolvimento enfrentam desafios para adaptar-se às mudanças e reduzir emissões.
Custos humanos e econômicos
Catástrofes naturais relacionadas ao clima em 2024 causaram perdas econômicas estimadas em US$ 310 bilhões, de acordo com a Swiss Re, seguradora global. Países ricos prometeram US$ 300 bilhões anuais em ajuda climática até 2035, mas esse valor cobre menos da metade das necessidades globais para transição energética e adaptação a desastres.
El Niño e aquecimento global: uma combinação alarmante
O fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico, combinou-se com o aquecimento global para empurrar as temperaturas globais a níveis recordes. Segundo o climatologista Robert Vautard, “2024 será ainda mais quente, já que os efeitos de El Niño atingem seu pico entre dezembro e janeiro e se distribuem ao longo do ano”.
Estudo publicado na Science revelou que a Terra está refletindo menos energia solar para o espaço, devido à redução de nuvens de baixa altitude e à diminuição da cobertura de gelo. Na Antártida, os níveis de gelo permanecem historicamente baixos, com recordes de derretimento registrados em novembro de 2023.
Por Nágela Cosme