A Fifa decidiu pelo banimento do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira do futebol após constatar que ele recebeu R$ 32,3 milhões em propinas pelos contratos da Libertadores, da Copa América e da Copa do Brasil. Esse valor consta da decisão da segunda instância do Comitê de Ética da Fifa de expulsar o ex-cartola do futebol. Sua defesa vai recorrer da decisão.
Segundo o documento do Comitê de Ética, US$ 4,2 milhão foram recebido pelos contratos da Libertadores, US$ 1 milhão foi ganho com a Copa América e outros R$ 10 milhões foram obtidos em propinas pela Copa do Brasil — os ex-presidentes da CBF Marco Polo del Nero e José Maria Marim também fora citados. Os pagamentos eram feitos por conexões bancárias estranhas, que envolviam transações em Jerusalém e Hong Kong, de acordo com o processo.
Em sua defesa, o ex-dirigente negou “veemente as acusações que não são mais do que ilações dos advogados dos EUA sem evidências para suportar as acusações”. Alegou que nunca recebeu propina nesses casos. E defende que as acusações são políticas partindo de quem tinha interesse em seu lugar na Fifa. Ainda alegou que o Comitê de Ética não tinha mais jurisdição para julgá-lo porque ele já tinha renunciado aos seus cargos no futebol. O ex-dirigente não foi à sessão de seu julgamento na Suíça, sendo representando por um advogado. Se sair do Brasil, ele corre o risco de ser preso.
Mas todos esses argumentos foram descartados pela segunda instância do Comitê de Ética da Fifa. “Na visão de tudo acima, a câmara de adjudicação conclui que o sr. Teixeira sistematicamente e repetidamente aceitou ofertas e promessas de várias propinas de aproximadamente US$ 7,7 milhões no total, em relação aos três torneios acima”, diz o texto da condenação do ex-dirigente.
Por isso, ele foi condenado ao banimento do futebol por receber vantagens indevidas, conflito de interesse entre outros fatos. Ainda foi multado em 1 milhão de francos suíços. A defesa de Teixeira vai recorrer na Fifa, no tribunal do CAS (tribunal esportivo) e ao tribunal federal suíço se for necessário, segundo informou seu advogado Michel Assef Filho.
Fonte: UOL