A conquista de duas taças no intervalo de 24 horas foi um pagamento com juros e correção monetária para a torcida do Flamengo, que já estava farta da provocação dos rivais.
Agora, sai o “cheirinho” e entram os troféus. Com a Libertadores e o Brasileiro no bolso, o Rubro-negro dá o troco e saboreia as mais doces horas de todos os seus 124 anos de história.
Até este fim de semana, os feitos do time de 1981 eram a referência para um torcedor que mantinha o orgulho pelo passado, mas ansiava por um passo adiante. No então ano mais mágico de todos os tempos do Fla, a equipe levantou, em 21 dias, o Carioca, a Libertadores e o Mundial. Em termos de espaço de tempo, a marca já foi superada.
O intervalo foi tão curto que os jogadores ainda festejavam a conquista continental. Quando a vitória do Grêmio sobre o Palmeiras por 2 a 1 foi decretada, a euforia só aumentou. Nas ruas e no ônibus do elenco.
“O que a torcida pede é que a gente tente ganhar o mundo. O Flamengo está sempre acima de todos”, projetou Gabigol.
Este espaço de êxtase rubro-negro foi forjado à base de decepções. Desde 2009, o clube não conquistava o principal torneio nacional. A Libertadores, então, era perseguida desde 1981.
Neste período, o Fla colecionou vice-campeonatos, frustrações e teve de conviver com a gozação alheia, ainda que o clube tenha se estruturado financeira e administrativamente. Até este auge, o clube colecionou eliminações traumáticas na competição continental, perda da Copa do Brasil e, inclusive, um vice na Sul-Americana. Após anos de saneamento, os rubro-negros conseguiram casar resultados esportivos com os econômicos. A hora do pagamento, enfim, chegou.
Fonte: UOL