Na madrugada de domingo para segunda (26), o Brasil se uniu por uma atleta que, apesar da pouca altura e idade, já é uma gigante no skate: Rayssa Leal . A atleta de apenas 13 anos conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio . Apesar de ser destaque na noite, Rayssa já tinha um feito notável: ela é a segunda melhor no ranking mundial de skate, atrás apenas de Pamela Rosa, outra brasileira.
Natural de Imperatriz, Maranhão, Rayssa começou cedo no esporte, aos seis anos, ao ganhar um skate de presente do pai, Haroldo. Tratada como destaque no esporte pela lenda do skate, Tony Hawk, Rayssa alcançou a fama na modalidade street após ter um vídeo dela fazendo um ‘heelflip’ compartilhados por Hawk. A amizade segue até hoje, com ela chamando o ex-atleta de ‘Tonyzinho’.
“Há 6 anos ele [Tony] me apresentava pro mundo do skate compartilhando meu vídeo vestida de fadinha, hoje me filmou nas Olimpíadas. Isso tudo é muito incrível, estou vivendo um sonho’, publicou Rayssa nas redes sociais após encontrar o ídolo.
A primeira competição foi do outro lado do país, em Bluemenau, Santa Catarina. Ela foi acompanhada da mãe, Lilian, mesmo sem ter dinheiro para a passagem de volta. “Fomos com a cara e a coragem. Não tínhamos dinheiro para ir embora e a Confederação ajudou. Demoramos dois dias para voltar de ônibus”, disse Rayssa para a Veja.
A inspiração para começar veio da atual colega de modalidade: Letícia Bufoni. As duas se conheceram em 2015, no ‘Esporte Espetacular’ e o vídeo foi relembrado antes da competição. Ao ter a surpresa, Rayssa, que estava vestida de fadinha, se emocionou. Após conquistar a prata, Letícia disse que agora se inspira na trajetória da fadinha.
Nas Olimpíadas, Rayssa não foi sozinha, diferente de Gabriel Medina e outros atletas que não puderam levar familiares. O Comitê Olímpico Internacional permitiu a atletas com menos de 18 anos serem acompanhados por um responsável. Rayssa levou a mãe, que a deixou confortável e calma para fazer manobras de encher os olhos. O pai, Haroldo, ficou em casa torcendo.
Sem auxílio federal do Bolsa Atleta por não ter mais de 14 anos, Rayssa conta apenas com a ajuda da Confederação Brasileira de Skate (CBSk) e também dos inúmeros patrocínios. Mas isso não impede feitos históricos de Rayssa, que conquistou uma etapa da SLS (mundial de skate) com apenas 11 anos de idade.
Fonte: iG