A seleção brasileira masculina principal manteve seus 100% de aproveitamento nas Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar ao vencer o Paraguai hoje (8), por 2 a 0, no estádio Defensores del Chaco. É a sexta vitória em seis partidas, com 18 pontos somados e uma situação que já é muito confortável na classificação para 2022 —são seis pontos a mais que a vice-líder Argentina na tabela.
Também é o fim de um tabu de 35 anos sem vitórias brasileiras no Paraguai — foram quatro jogos desde então. Os gols que encerraram essa marca negativa foram marcados por Neymar logo no começo do jogo, o que o transformou em um dos maiores goleadores da história da seleção em Eliminatórias, e Lucas Paquetá já nos acréscimos do segundo tempo.
Passada a rodada dupla de Eliminatórias, as duas seleções iniciam a preparação para a Copa América que começa em cinco dias em território brasileiro, evento cercado de tensão. Em entrevista à transmissão oficial na saída do gramado, o zagueiro e capitão Marquinhos afirmou que “em momento algum” os jogadores brasileiros teriam cogitado abandonar a equipe nacional para não disputar a competição.
Pelo Grupo A, o Paraguai enfrenta a Bolívia na próxima segunda-feira (14), no estádio Olímpico de Goiânia. Já o Brasil, que está no Grupo B, entra em campo um dia antes, às 18h, contra a Venezuela, no Mané Garrincha.
Neymar além do gol
O desempenho de Neymar contra o Paraguai vai além do recorde pessoal ou até do gol marcado e da assistência para Paquetá. Livre para desempenhar diversas funções no ataque da seleção graças às alterações do técnico Tite, o camisa 10 criou as melhores chances e praticamente não errou passes ou perdeu duelos pessoais. Ora como meia, ora como atacante, flutuou pela defesa rival para causar desequilíbrio e foi um perigo do começo ao fim.
Faltou Firmino
Definido pelo auxiliar técnico da seleção Cleber Xavier como “um 10 que é 9 e um 9 que é 10”, o jogador do Liverpool foi escalado para alternar posicionamento com Neymar e confundir a marcação do Paraguai. Taticamente, foi bem: puxou a marcação, abriu espaços e fez tabelas. Mas não teve tanto a bola no pé e nem sequer chutou a gol, algo que todos os seus parceiros de ataque fizeram. Saiu no segundo tempo para a entrada de Douglas Luiz quando Tite quis controlar o ritmo do adversário.
Brasil sólido, mas ofensivo
Em dez minutos de bola rolando o desempenho da seleção brasileira já explicou as três mudanças de Tite em relação ao último jogo. Primeiro, Gabriel Jesus deu assistência para o gol de Neymar. Depois, Ederson fez uma defesaça numa bola que sobrou e Alderete finalizou. E por fim, a mobilidade que Roberto Firmino acrescentou ao setor ofensivo ao trocar de posição com Neymar, com mais facilidade do que faria Gabigol, fez o time seguir criando nos momentos seguintes do jogo.
Já no fim do primeiro tempo, Fred tomou cartão amarelo por interromper um contra-ataque do Paraguai e Tite decidiu substituí-lo já no intervalo por Lucas Paquetá. O jogo ficou mais controlado no meio-campo e a primeira chance de gol veio num cruzamento de Neymar antecipado por Marquinhos que passou perto da trave direita de Antony Silva. Minutos depois, Neymar perdeu uma boa chance criada por Gabriel Jesus.
Com cinco mudanças entre os 15 e os 34 minutos, o técnico Eduardo Berizzo tentou recolocar seu time no jogo e Tite respondeu com Douglas Luiz na contenção e Éverton Cebolinha e Gabigol para dar fôlego novo ao ataque. O Paraguai teve uma chance com Espínola e Ederson defendeu, o Brasil teve uma cobrança de falta boa de Neymar para fora. Nos acréscimos, o camisa 10 fez outra boa jogada pelo meio após desarmar Óscar Romero e deixou Paquetá em ótimas condições para aumentar o placar.
Fonte: UOL