A Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (TJDF) denunciou oito pessoas envolvidas no caso de suspeita de manipulação de jogos no Campeonato Cearense. Entre eles, técnico, jogadores e dirigentes do Crato. O documento foi entregue no último domingo (24) ao Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Ceará, que deve marcar julgamento na Comissão Disciplinar. O Diário do Nordeste teve acesso ao documento, que traz alguns detalhes do inquérito.
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Denunciados
Na peça da Procuradoria, alguns trechos do inquérito sigiloso que investiga o caso mostram as relações estabelecidas entre os envolvidos. Outros nomes são citados no documento, mas não foram denunciados, pois o órgão entendeu que não houve provas suficientes. Assim, os denunciados são:
• Geislucio Gonçalves Alves (Lúcio Barão) – Foi diretor executivo do Crato no início da temporada de 2022. Em 2020, ele esteve como presidente do Barbalha FC, afastado do cargo após ser acusado de manipulação de jogos.
• Leone Barros Costa Junior, Elry Enio Bezerra da Silva e Dagson dos Santos – Jogadores que atuaram no Barbalha em 2020 e integram o time do Crato nesta temporada.
• Jeferson Alberto Marques de Oliveira, Alessandro Silva Pereira Barros ‘Alemão” e Jânio Fialho de Aquino – Dois jogadores do Crato e o técnico, respectivamente.
• Cleuson Ivan de Souza Barros – presidente do Crato.
Sem punição aos clubes
O documento da Procuradoria ainda ressalta que apenas pessoas físicas terão responsabilidade apurada, pois houve compreensão de que não há envolvimento das agremiações.
“É de se destacar, ainda, que a instrução não foi capaz de reunir elementos que pudessem, num grau de plausibilidade indiciária mínima, imputar qualquer conduta às agremiações envolvidas, senão às pessoas naturais compostas por Dirigentes e atletas. (grifo nosso)”
Punição
O julgamento vai para a Comissão Disciplinar do TJDF-CE. Ainda não há data marcada. O grupo deve ser denunciado no art. 243-A, do CBJD, que dispõe:
“Art. 243-A. Atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente.”
As penas podem variar de multa (de R$100 a 100.000 reais) a suspensão de seis a doze partidas e outros desdobramentos, como cita o documento da Procuradoria.
“PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), e suspensão de seis a doze partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, ou pelo prazo de cento e oitenta a trezentos e sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código; no caso de reincidência, a pena será de eliminação.”
Inquérito
Por meio de nota, o Ministério Público informou “que o processo segue em caráter sigiloso e que o órgão está trabalhando para conceder o resultado sobre o caso o mais rápido possível.”
Entenda o caso
O Crato é investigado por suspeita de manipulação de jogos no certame estadual após denúncia da Federação Cearense de Futebol (FCF). O time caririense acabou excluído da competição após ação movida por Maracanã e Icasa. A decisão do TJDF-CE não afetou a tabela da competição. Fortaleza e Caucaia fizeram as finais do Cearense no fim de abril, com o Tricolor do Pici conquistando o título na Arena Castelão.
A reportagem buscou contato com os nomes denunciados pela Procuradoria, mas não obteve retorno.
Fonte: Diário do Nordeste