O Barbalha Futebol Clube está próximo de anunciar uma das contratações que prometem agitar o futebol cearense em 2020. Trata-se do goleiro Bruno, ex-Flamengo, que cumpre pena por feminicídio há mais de seis anos. Ele foi condenado pelo assassinato da modelo Eliza Samúdio, fato ocorrido em 2010. A informação foi confirmada pelo presidente do Barbalha, Lúcio Barão, que falou com a reportagem do Diário do Nordeste por telefone.
“Nós enviamos um pré-contrato. Ele vai assinar sexta-feira. Esse pré-contrato tem uma cláusula que caso a Justiça, a Comarca de Varginha, não libere a mudança de endereço aqui para Barbalha, o contrato não tem valor. A gente chegou a um acordo (o Barbalha e o Bruno), só falta mesmo agora através desse pré-contrato, que é uma proposta de emprego, ele dar entrada e saber a decisão do juiz que toma conta do caso dele. Se vai aceitar a mudança dele para o Ceará. Isso está faltando”.
O Barbalha vai disputar a Copa do Brasil 2020 e a primeira divisão do Campeonato Cearense. As competições que estão disponíveis para o clube caririense chamaram atenção do goleiro, que rescindiu contrato com o Poços de Caldas, da segunda divisão mineira, há poucos dias.
“E seu fosse seu filho, você daria uma segunda chance? A gente vive num País que existe ressocialização, não existe prisão perpétua. E assim, no meu ponto de vista, o que ele fez realmente é inaceitável. Ele está pagando, está prestando contas com Deus. Eu te garanto que existe gente pior que ele que nem foi preso ainda. Quem sou eu pra julgar ele? Eu estou pensando na questão do Barbalha, para promover o clube, por visibilidade. E ele não vai chegar para ser titular não, ele vai lutar por vaga”.
Barbalha ou cadeia
Sobre a preparação de Bruno para voltar à carreira de jogador de futebol, Barão afima que o atleta passa por treinamento. Além disso, precisa assinar com Barbalha para evitar retornar à prisão. “Ele está com preparador do Atlético/MG. Todos os dias ele faz um trabalho intenso. Ele está dormindo em casa. Ele está sem emprego, rescindiu com o Poços de Caldas. A gente mandou um pré-contrato, até porque ele precisa estar empregado, senão ele volta pra cadeia. Através desse pré-contrato do Barbalha, por ser no Estado do Ceará, já justifica que ele tem outro emprego, mas justifica também a mudança de endereço. É uma faca de dois gumes, se a Justiça não aceitar, ele volta pra cadeia. Se aceitar, ele vem pro Barbalha”.
Por Gustavo de Negreiros
Fonte: Diário do Nordeste