O fato de o Brasil enfrentar a Sérvia pela segunda vez seguida em Copas (Rússia e Qatar) pode dar a impressão ao torcedor de que será um jogo repetido. Mas o time sérvio mudou durante o período de quatro anos, ganhou peças, alterou seu estilo em parte. A seleção terá pela frente um time com novas virtudes e fragilidades.
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Para entender o cenário provável para o jogo, lembremos que o novo técnico é Stojkovic Dragan, jogador histórico da Iugoslávia e adepto do jogo ofensivo. Na formação do time, é provável que sejam de entre cinco e sete jogadores diferentes em relação à Copa-2018.
“A diferença, em primeiro lugar: os quatro anos. Vamos jogar o primeiro jogo do grupo. Na Rússia, foi o nosso último jogo. Nós temos os jogadores mais maduros, confiantes, que jogaram uma Copa anterior. Copa do Mundo é Copa do Mundo”, diz Stojkovic.
O sistema da Sérvia usado mais habitualmente é o 3-5-2. Não é um time defensivo. Enquanto seus três zagueiros se postam atrás, os dois alas avançam bastante, em geral Zivkovic e Kostic. Só que este último – ala esquerdo da Juventus – está com problemas musculares e não deve jogar. Seu provável substituto é Mlandenovic.
Até por causa disso, esse é o setor onde há mais buracos no sistema de defesa da Sérvia. Mlandenovic é um jogador experiente, mas joga na liga da Polônia, secundária no cenário europeu. Atrás, o zagueiro pelo setor esquerdo é Pavlovic, o menos experiente do grupo, com só 21 anos, atleta do Red Salzburg. É, portanto, uma região que pode ser atacada pela fluidez de Raphinha com habilidade e passes.
Do outro lado, Milenkovic e ZIvkoc devem marcar Vinicius Jr, caso Tite confirme a escalação com quatro homens ofensivos. O zagueiro tem rodagem em Copa, mas é bem alto e não muito rápido. As laterais nas costas dele, portanto, são um caminho para o Brasil.
Como explicou seu técnico, a Sérvia não tem marcação individual. Sua defesa faz a ocupação por zonas. O deslocamento dos atletas brasileiros pelos setores, como fazem Neymar e Paquetá vindos de trás, será importante para gerar superioridades nas regiões do campo.
“Nunca usamos marcação individual. Brasil tem jogadores de qualidade. Vinicius, Raphinha, Neymar. Mas uma vez mais, não importa como o Brasil vai jogar, mas como a Sérvia vai jogar. É importante defender bem jogadores como eles. Nós temos que nos concentrar o jogo inteiro”, contou Stojkovic.
Apesar de as laterais serem um caminho, as bolas aéreas certamente representarão uma dificuldade defensiva e ofensiva. Do time Sérvio, só Zivkovic tem menos de 1,80m. A zaga tem média superior a 1,90m e o goleiro Vanja Milinkovic-Savic passa dos 2 metros. Ou seja, a aposta nas bolas aéreas de Marquinhos será dificultada – jogadas de velocidade devem ser priorizadas
O impacto é defensivo e ofensivo. A Sérvia é um time de qualidade com a bola no pé. Tem dois meio-campistas de alto nível em Milinkovic-Savic, da Lazio, (sim, é outro jogador com nome parecido) e Tadic, do Ajax. Mas tem sempre a opção de alongar bolas para o centroavante Mitrovic quando a defesa é apertada.
As duas jogadas ofensivas mais fortes da Sérvia são as subidas pelas alas ou roubadas de bola com transição rápida com os passes dos dois meias. Em geral, esse tipo de lance acaba no ponto de referência que é Mitrovic, atacante que tem quase um gol por partida na Premier League ou no mais dinâmico Vlahovic, um acréscimo ao time.
Resta saber se Stojkovic será fiel ao seu discurso de se concentrar na forma de jogar de seu time e manterá os dois centroavantes mesmo enfrentando o Brasil. Outra possibilidade, mais cautelosa, seria acrescentar um jogador de meio campo, Lukic ou Ilic, para povoar mais o setor e ter melhor cobertura das laterais.
Fonte: UOL