O Brasil perdeu para o Canadá por 4 a 3 nos pênaltis depois de empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação e foi eliminado hoje (30) nas quartas de final do futebol feminino nas Olimpíadas de Tóquio. Bárbara até defendeu a batida de Sinclair, mas Rafaelle errou a decisiva, em Miyagi.
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Marta, Debinha e Érika acertaram pênaltis para o Brasil, mas Andressa Alves e Rafaella pararam na goleira Stephanie Labbe. Já para o Canadá, todas as outras fora Sinclair marcaram: Jessie Fleming, Ashley Lawrence, Adriana Leon e Vanessa Gilles.
A semifinal será na segunda-feira (2), às 8h, no Estádio Internacional de Yokohama. Holanda e Estados Unidos definem mais tarde o adversário do Canadá deste lado da chave. Para o Brasil, é só a segunda vez na história em que não entra na disputa por uma medalha desde a chegada do futebol feminino às Olimpíadas há seis edições, como em Londres-2012.
Defesa forte, mas…
Num time pouco inspirado ofensivamente muito pelas escolhas da técnica Pia Sundhage, os destaques foram na defesa. Titular e presente do início ao fim em todos os jogos, Rafaelle repetiu o bom desempenho contra o Canadá ao vencer quase todos os duelos pessoais rasteiros e pelo alto e aparecer no ataque com tempo de bola preciso em jogadas aéreas. A parceira de zaga Érika também foi fundamental ao cortar sem falta um lance de profundidade de Deanne Rose na área já nos 40 do segundo tempo e ainda cabecear uma das melhores chances do Brasil na prorrogação.
Curiosamente, Rafaelle foi a brasileira que perdeu o pênalti decisivo em Miyagi, o que causou a eliminação da equipe.
E a Marta, Pia?
Protagonista incontestável da seleção brasileira, Marta não foi bem contra o Canadá. No primeiro tempo foi deixada por Pia muito presa como meia pelo lado esquerdo, com responsabilidade defensiva ainda maior do que na primeira fase e problemas na recomposição, já que as adversárias criaram muito ali. Sem aproximação de Tamires nas jogadas ofensivas, ficou mais solta no segundo tempo, caiu também pela direita, e aí as decisões erradas e o acúmulo de desgaste atrapalharam. A impressão é de que Pia não conseguiu tirar o melhor da camisa 10, que na prorrogação passou longe de qualquer disposição física que pudesse fazer a diferença.
Domínios alternados
O jogo se desenrolou com domínios alternados no primeiro tempo, competitivo desde o início porque fazia parte da ideia de jogo das duas seleções forçar o erro. E os problemas de cada uma — tanto quanto as qualidades — estavam claros: o Canadá sofria para sair jogando pelo chão e o Brasil não tinha coordenação no meio-campo. As principais jogadas tiveram base no entrosamento das duplas Lawrence e Beckie e Tamires e Marta. Aos 33, a árbitra Stephanie Frappart apitou um pênalti sobre Duda, mas anulou a marcação depois de consulta ao VAR.
Cada equipe teve duas chances mais claras no primeiro tempo. As do Canadá em finalização de Quinn por cima do gol no rebote de Bárbara numa cobrança de escanteio e de Beckie com chute rasteiro após lançamento nas costas da marcação. As do Brasil envolveram um chute de Tamires após assistência de Marta, também por cima do travessão, e uma conclusão de Debinha após tomada de bola da zagueira Vanessa Gilles numa saída errada em que o passe para Bia Zaneratto era a saída.
O segundo tempo começou meio igual. Rafaelle fez Stephanie Labbe trabalhar de um lado, Gilles acertou o travessão num cabeceio de outro, ambas em cobranças de escanteio, e Pia resolveu agir com a entrada de Ludmila. O volume ofensivo melhorou e os momentos de domínio aumentaram, mas ainda faltava conexão entre meio e ataque. Conforme o tempo foi passando e a perspectiva de prorrogação se anunciou os times botaram o pé no freio, tentaram uma ou outra esticada de bola e não mais do que isso, inclusive nos quatro minutos de acréscimos.
Como foi a prorrogação
As treinadoras não fizeram mudanças no intervalo do tempo normal para a prorrogação mesmo com suas equipes desgastadas, o que fez com que a lógica do jogo não mudasse. Aos dez minutos, Pia colocou Andressa Alves, de três bons jogos na fase de grupos. Bev Priestman também refrescou seu time com alterações, mas as melhores chances foram de Debinha em associações com as jogadoras mais descansadas do Brasil, Ludmila e Andressa Alves, e Érika num cabeceio em que a goleira Stephanie Labbe apareceu bem. O Brasil foi melhor, mas não fez gol e perdeu nos pênaltis.
Fonte: UOL