O Brasil fez história ao conquistar seu primeiro Oscar de Melhor Filme Internacional com ‘Ainda Estou Aqui’, mas a estatueta não será de propriedade do diretor Walter Salles. De acordo com as regras da premiação, os prêmios dessa categoria pertencem ao país vencedor, e não ao cineasta responsável pelo longa.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
Apesar de o diretor ser quem recebe o prêmio no palco, ele não é formalmente reconhecido como vencedor individual. No IMDb, principal site de cinema do mundo, Walter Salles não aparece listado como ganhador do Oscar, assim como nenhum outro cineasta que tenha vencido nesta categoria em edições anteriores.
O Revista Cariri entrou em contato com o Ministério da Cultura e a Ancine para saber onde a estatueta ficará abrigada, mas ainda não obteve resposta.
Brasil conquista Oscar inédito com ‘Ainda Estou Aqui’
A vitória de ‘Ainda Estou Aqui’ foi anunciada na cerimônia do Oscar 2025, realizada no último domingo (2), em Los Angeles, EUA. O longa disputava a estatueta com:
📌 “A Garota da Agulha” (Dinamarca)
📌 “Emilia Pérez” (França)
📌 “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha)
📌 “Flow” (Letônia)
A categoria foi apresentada pela atriz Penélope Cruz, e Walter Salles subiu ao palco para o discurso de agradecimento.
“Em nome do cinema brasileiro, é uma honra tão grande receber isso de um grupo tão extraordinário. Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande no regime tão autoritário, decidiu não se dobrar e resistir… Esse prêmio vai para ela: o nome dela é Eunice Paiva. E também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, disse Salles.
O diretor também citou Tom Bernard e Michael Barker, executivos da Sony Pictures Classics, produtora internacional do filme.
Filme retrata drama real da ditadura militar
Inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, ‘Ainda Estou Aqui’ conta a história real da advogada e ativista Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres), que passou 40 anos buscando respostas sobre o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), ex-deputado federal assassinado durante a ditadura militar no Brasil.
Além da vitória em Melhor Filme Internacional, ‘Ainda Estou Aqui’ foi indicado a Melhor Atriz (Fernanda Torres) e Melhor Filme, mas perdeu em ambas para “Anora”, grande vencedor da noite.
Por Heloísa Mendelshon
