Diagnosticada com linfoma, um tipo raro de câncer, em agosto de 2021, a repórter Marina Alves revelou, nesta quarta-feira (2), que a doença entrou em remissão.
Curta e siga nossas redes sociais:
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Diante do que definiu como uma “feliz surpresa”, descoberta em exame realizado nessa terça-feira (1º), a jornalista diz estar “pronta” para receber um transplante de medula óssea. Isso porque o procedimento cirúrgico ocorre somente mediante a remissão.
À reportagem, ela contou que a melhora aconteceu após uma troca de medicamentos usados durante a quimioterapia – tratamento com remédios que destroem células doentes que formam tumores.
“Os médicos mudaram o protocolo, com outras medicações que eu ainda não tinha tomado. Fiz um único ciclo de quimioterapia e, graças a Deus, tive essa feliz surpresa de que o novo protocolo serviu, e muito. Então hoje, neste momento, não há doença em atividade no meu corpo.”
Marina Alves, repórter da TV Verdes Mares
Remissão x cura
Apesar da boa notícia, a remissão do quadro não significa que a comunicadora está curada da doença, como explica o hematologista responsável pelo tratamento dela, Paulo Roberto Souza.
“A remissão da doença significa que, quando a gente procura por ela, através de exames, a gente não a enxerga mais. O que significa que ela [Marina Alves] não tem mais nódulos, mas não posso dizer que ela não tenha, necessariamente, a doença. Às vezes, nessas doenças onco hematológicas, mesmo quando você consegue torná-la imperceptível, eu não posso falar em cura”, explicou o médico.
Antes da regressão do linfoma, a paciente passou por quatro ciclos de quimioterapia e, no fim de novembro do ano passado, descobriu que a doença não havia reagido ao tratamento e, sim, avançado no período, contrariando a expectativa da equipe médica.
“O transplante, no caso da minha doença, é uma garantia de que a doença não volte mais à frente porque esse tipo de câncer, o linfoma linfoblástico de célula T, é um tipo de câncer mais agressivo, que avança muito rápido, que corre o risco de voltar”, acrescenta Marina, antecipando estar “pronta” para o transplante, mas que vai continuar fazendo quimioterapia “de consolidação” para manter o corpo sem o câncer.
Mudança de rotina
Significado de esperança, a remissão da doença deve trazer mudanças positivas à rotina da repórter, internada há cerca de seis meses.
“Eu fazia todo o processo de quimioterapia hospitalizada. Agora, provavelmente, essa quimioterapia, por ser inclusive mais branda e para manter a doença em remissão, ela deve ser feita de forma ambulatorial. Então, isso vai me possibilitar ficar mais tempo em casa, com minha família. Isso dá uma aliviada, principalmente mentalmente”.
Considerada uma paciente imunossuprimida mesmo após a remissão da doença, Marina está ciente de que deverá ter “cuidados redobrados” em casa. A imunidade baixa devido à quimioterapia vai demandar atenção diária.
“Eu não posso comer coisas cruas, evitar comer fora de casa, agora principalmente nesse período de gripe, Covid, máscara não tirar de jeito nenhum”, menciona.
Possível doador
Segundo Marina, a partir de agora, ela passará a ser acompanhada pela equipe médica de transplante. Até o momento, há um possível doador, que ainda deve ser submetido a exames para análise da compatibilidade.
Independentemente do resultado, cujo prazo para sair ainda não se sabe, a jornalista pede que as pessoas não deixem de doar sangue, plaquetas e medula óssea.
Como ela vai continuar fazendo quimioterapia, embora mais branda, podem ser necessárias transfusões, inclusive, durante o transplante.
“No meu caso, a doação é de [sangue] A positivo. Quando eu fizer o transplante vai mudar pro tipo sanguíneo do doador”, soma.
Saiba como realizar as doações:
Doação de sangue
Para efetuar a doação de sangue, os candidatos precisam estar saudáveis, bem alimentados, pesar acima de 50kg e ter entre 16 e 69 anos.
É ainda necessário apresentar um documento oficial com foto e um termo de consentimento formal dos responsáveis legais para os menores de idade.
Para doar para Marina, as pessoas devem se dirigir ao Fujisan, localizado na Av. Barão de Studart, 2626, no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza.
O horário de atendimento de segunda a sexta-feira é de 7h30 às 16h30, e no sábado, de 7h30 às 13h.
Doação de plaquetas
Para doar plaquetas, é necessário estar saudável, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 60kg e não ter recebido transfusão de sangue anteriormente.
Ainda é recomendado estar bem alimentado, ter repousado pelo menos seis horas na noite anterior, não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação e evitar fumar pelo menos por duas horas antes do procedimento.
Os interessados devem também procurar o o Fujisan portando documento de identificação com foto de segunda a sexta-feira, entre 7h30 e 15h, e no sábado, entre 7h30 e 11h.
Doação de medula óssea
Já para a doação de medula óssea, é necessário realizar um cadastro em um dos postos do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce). Os requisitos são: ter entre 18 e 35 anos, não ter tido câncer e apresentar documento de identidade.
Ao realizar o cadastro, será recolhida uma amostra do sangue do candidato para verificar a compatibilidade com os pacientes que estão aguardando um transplante.
O cadastro de doação de medula óssea é nacional e os voluntários podem ser chamados para doar para qualquer paciente que precise em todo o Brasil.
O procedimento pode ser realizado na sede do Hemoce, no bairro Rodolfo Teófilo, ou nos demais postos de atendimento do órgão no IJF, na Praça das Flores ou no Shopping RioMar Fortaleza.
Por Carol Melo e Lígia Costa
Fonte: Diário do Nordeste