O publicitário Washington Olivetto, um dos maiores nomes da propaganda no Brasil, faleceu neste domingo (13), no Rio de Janeiro, aos 73 anos. Olivetto estava internado há meses devido a complicações pulmonares e morreu de falência múltipla dos órgãos. Ele deixa três filhos: Homero, Antônia e Theo.
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Olivetto foi responsável por campanhas publicitárias memoráveis que marcaram a propaganda brasileira. Entre suas criações mais famosas estão o Garoto Bombril, o casal Unibanco, o emblemático comercial de O primeiro sutiã e o conceito de Democracia Corinthiana, que teve grande impacto no futebol e na política nos anos 1980.
Trajetória de sucesso
Nascido em São Paulo, em 1951, Washington Olivetto consolidou-se como uma das mentes mais criativas e influentes da publicidade mundial. Ele teve passagens pelas principais agências brasileiras, como W/Brasil, DPZ e WMcCann, sempre imprimindo sua visão inovadora e ousada nas campanhas que desenvolvia.
Seu trabalho lhe rendeu reconhecimentos internacionais. Olivetto é o único publicitário não anglo-saxão a integrar o Hall of Fame do The One Club de Nova York e o Lifetime Achievement do Clio Awards, uma das maiores honrarias do setor. Ao longo de sua carreira, conquistou mais de 50 Leões no Festival de Cannes, somente na categoria de filmes, além de ter sido nomeado um dos 25 publicitários-chave do mundo pela revista Media International. Ele também foi eleito duas vezes Publicitário do Século pela Associação Latino-Americana de Publicidade (Alap).
A criatividade e popularidade de Olivetto foram tão marcantes que ele foi homenageado em duas músicas de Jorge Ben Jor: “Alô, Alô, W/Brasil” e “Engenho de Dentro”. Além disso, seu nome foi dado a pratos de restaurantes sofisticados e, em 2013, a escola de samba Gaviões da Fiel o homenageou com um enredo sobre a história da publicidade brasileira no Carnaval de São Paulo.
Sequestro que chocou o país
Em 2001, Washington Olivetto foi vítima de um sequestro que durou quase três meses. Ele foi mantido em cativeiro por um grupo de criminosos argentinos, colombianos e chilenos, que pediram um resgate de R$ 10 milhões. O valor, no entanto, nunca foi pago.
O publicitário foi libertado graças à desconfiança de uma estudante de medicina, que ouviu barulhos vindos da casa ao lado. Usando um estetoscópio, ela verificou a presença de alguém no local e comunicou à polícia, que finalmente resgatou Olivetto em fevereiro de 2002. O caso ganhou grande repercussão na mídia e marcou um episódio dramático na vida do publicitário.
Por Aline Dantas