O candidato ao governo do Ceará Roberto Cláudio disse, nesta segunda-feira (12), que pretende levar o Raio a todos os municípios do estado. As afirmações foram feitas em entrevista ao CETV 1ª Edição, da TV Verdes Mares.
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Nesta semana, o telejornal realiza rodadas de entrevistas com candidatos ao Palácio da Abolição.
“Eu quero enfrentar com dois caminhos: sem propostas mirabolantes, demagógicas, sem lidar com o medo do povo”, afirmou, pontuando que pretende fortalecer a ostensividade das forças de segurança, levando o Batalhão de Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) a todos os municípios cearenses.
Além disso, ele afirmou que buscará implementar delegacias 24 horas, além de interiorização de unidades da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), entre outras ações. O candidato teceu, ainda, críticas a como o discurso sobre o tema da segurança pública vem sendo abordado no contexto eleitoral.
“O próprio governador deve chamar para si essa tarefa, sem marketing, trabalhando com os pés no chão, com gestão, acompanhando resultado, aprimorando, corrigindo, sem querer seduzir o povo com uma única solução, que não vai ter efeito, ou trazendo um super-homem de fora para dizer que esse super-homem vai substituir as nossas forças de segurança.”
Ainda sobre o tema, ele pontuou a necessidade da capacitação do jovem para inserção no mercado de trabalho, como forma preventiva a ser alinhada à segurança pública.
Em torno do tráfico de drogas, Roberto Cláudio chamou a atenção sobre o estado ser fronteiriço internacionalmente, com. “Podemos, aqui no estado do Ceará, articular uma parceria com as forças federais de segurança, que têm um papel de proteger as fronteiras”, disse, indicando a Polícia Federal (PF) como pilar nesse combate.
Além disso, ele apontou a necessidade de seguir o caminho do dinheiro para reduzir a amigabilidade do estado para traficantes deixarem de habitar o território cearense. “Tem gente aí propondo solução miraculosa, de trazer polícia americana pra cá, que é ilegal, impossível e não pode. Isso não vai resolver o nosso problema grave da segurança”, afirmou, fazendo críticas a discurso do concorrente Capitão Wagner (UB).
Saúde
O candidato também foi questionado sobre propostas para reduzir o fluxo de pacientes de unidades do interior para Fortaleza, o que gera lotação nas unidades da capital. Roberto Cláudio afirmou que pretende descentralizar o atendimento, levando profissionais da saúde onde atualmente há carência. Ele citou também a construção de cinco hospitais do câncer.
“Hoje, o Cariri, se você tiver um câncer, você pega uma fila pro diagnóstico, uma fila no tratamento, muitas vezes morrendo na espera, quando a doença já está avançada. Além disso, quando vem para Fortaleza, além da dor corpo, causada pela doença, tem a dor da alma, que está sozinha. Eu quero fazer cinco hospitais regionais para diagnóstico e tratamento, nas cinco regiões. E não é trocar leito, eu ouvi candidato falando em trocar leito.”
“Outra coisa é levar o médico para postos e distritos das áreas mais vulneráveis, mais pobre, onde tem mais dificuldade”, completou.
Emprego
Em relação à geração de emprego no estado, o ex-prefeito de Fortaleza afirmou que são 805 mil desocupados no estado, e que o Ceará só contribui com menos de 1% nas exportações do país. Em razão disso, ele disse ter meta de gerar 600 mil empregos no estado, de forma de repor o estoque perdido na pandemia e ampliar o número de trabalhadores formais em 110 mil.
Segundo ele, ele buscará retomar obras públicas e paradas, fazendo, ainda, investimento em obras de saneamento e de melhorias, além de nova forma de incentivos fiscais para priorizar municípios menores. Tais incentivos poderiam, afirmou, poderiam trazer grandes e médias indústrias ao interior cearense, além de fortalecer os polos de agricultura irrigada e outros setores econômicos no estado.
O candidato pontuou, também, a intenção de zerar a conta de energia elétrica da população de baixa renda no estado. Para isso, ele buscará construir 68 usinas de 3 megawatts de energia solar em solo cearense. Ele pontuou, com isso, fazer uso da energia limpa no Ceará e ajudar a população do segmento mais vulnerável.
Infraestrutura
Após ser questionado sobre a infraestrutura rodoviária e o que pretende fazer para resolver o problema de algumas vias importantes, Roberto Cláudio situou a realização de obras como um dos aspectos para criação de frente de geração de emprego e renda.
Lembrando dos mandatos como gestor em Fortaleza, o candidato disse que não vai apenas terminar as obras do Anel Viário de Fortaleza, mas também pôr o Centro de Formação Olímpica (CFO) em funcionamento.
Educação
Sobre gargalos da evasão escolar no estado, que, apesar de ter tido bons índices, teve aumento da evasão escolar durante a pandemia, o candidato ressaltou ter professores na família e a educação com base para o desenvolvimento. Em seguida, ele disse ter deixado Fortaleza como a capital brasileira com maior cobertura de tempo integral do país.
Para resolver o problema do abandono escolar, o ex-gestor disse ter a intenção de fazer busca ativa de estudantes, para entender os motivos pelos quais os alunos deixaram de frequentar a escola. “Se a gente deixar essa criança fora da escola um semestre, a gente não consegue trazer mais”, pontuou, dizendo que a política é, ainda, de cidadania.
Ele situou que a política educacional deve fazer a escola ser um ambiente ainda mais atrativo, de tempo integral, com três refeições, educação, cultura e esporte dentro das unidades. Roberto Cláudio disse, também, ter a intenção de focar na transição da saída do ensino fundamental para o ensino médio e querer ajudar os municípios a implementar o modelo integral no ensino fundamental.
Arrecadação para o estado
Em torno dos desafios sobre a arrecadação estadual, Roberto Cláudio situou que “a boa gestão fiscal é o que dá a oportunidade de a gente ter dinheiro para investir”, citando choque de gestão em relação ao assunto.
Na sequência, ele rememorou a gestão da capital, afirmando que recebeu o município com dívida de quase R$ 500 milhões e entregado a cidade com dinheiro em caixa e mais de R$ 1 bilhão em investimentos. “Isso não é mágica; é gestão, cuidado com o dinheiro, valorização e priorização do gasto público”, falou.
Ele destacou que pretende levar a experiência da gestão de Fortaleza para o governo do estado, o que garantiria recursos para setores distintos, como educação e saúde, e políticas de desenvolvimento. Com isso, investidores de outros estados poderiam perceber o Ceará como um governo com segurança e compromisso para tais negociações.
Acesso à água
Na sequência, o candidato foi questionado sobre acesso à água no estado, dado que, mesmo com a transposição do Rio São Francisco, o Ceará tem ainda 28% da população rural sem acesso à água. Roberto Cláudio afirmou querer fazer um “pós-transposição”, o qual envolveria projetos hídricos de média e larga escala e abastecimento rural.
Entre os projetos hídricos, estão terminar o Cinturão das Águas, para garantir o abastecimento permanentes de açudes, e o Malha D’água, citando que o projeto não saiu do papel. A prioridade desse projeto seria a realização prioritária no Sertão Central e na Ibiapaba.
Além disso, ele pontuou a necessidade de voltar com o projeto São José, para abastecimento de comunidades com instabilidade hídrica, e a intenção de dar um novo papel à Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que deve buscar apoio na iniciativa privada para ampliar o acesso ao saneamento.
Ao encerrar, o candidato retomou o trajeto na política e disse querer construir um ciclo novo, de prosperidade ao estado. “Minha maior disposição é juntar um time de gente com espírito público, seriedade e muita disposição de trabalho para poder atender ao cearense. Todo cearense importa e nenhum cearense ficará para trás”, afirmou.
Fonte: g1 CE