O ex-governador do Ceará Camilo Santana (PT) rebateu na manhã desta terça-feira (9), as declarações do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), em que destaca como falha da gestão petista questões relacionadas a facções criminosas e a espera por cirurgia nos hospitais públicos do Estado.
Curta e siga nossas redes sociais:
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
“Lamento que Roberto Cláudio já comece a campanha me atacando, simplesmente porque estamos em lados opostos nesta eleição. É mais digno assumir suas responsabilidades e não terceirizar culpa pelos problemas. Acredito que Elmano como governador será a pessoa certa para continuar, nossos projetos e melhorar o que precisa ser melhorado. Com verdade e respeito”, disse o candidato ao senado nas eleições de 2022, em post nas redes sociais.
Na segunda-feira (8), RC concedeu entrevista ao UOL/Folha de São Paulo em que abordou o tema. “Não são nem erros, são problemas não resolvidos. Porque não quero personalizar, nunca fiz política contra as pessoas, muito menos conseguirei ser desonesto no que acredito (…) mas é inegável que boa parte da população cearense vive assustada pelo poder perigoso, pernicioso, que as facções criminosas ainda exercem em muitas regiões”, disse na ocasião.
O pedetista ainda ressaltou que pretende, durante a campanha, reconhecer os acertos da gestão anterior, mas com liberdade para fazer críticas nos pontos que sejam necessários. “Sei que é questão nacional, é um crime organizado que tem naturezas e contornos nacionais, mas não é porque é nacional que a gente deixa ter responsabilidade de enfrentá-lo com ostensividade, com inteligência e com prioridade no nosso território”, disse.
As investidas entre os dois políticos acontecem após o rompimento da aliança governista entre PT e PDT. A ala petista defendia o nome da governadora do Ceará, Izolda Cela (sem partido), para encabeçar a chapa que disputaria as eleições de 2022. No entanto, em votação com membros do diretório estadual pedetista, Roberto foi escolhido como candidato.
A atitude foi classificada pelo partido de Camilo Santana como um “rompimento tácito e unilateral da aliança até então estabelecida”. Na época, a sigla emitiu uma nota com duras críticas a decisão que preteriu Izolda na disputa pelo Palácio da Abolição. “Pouco apreço à aliança, aos aliados e sobretudo, o desprezo às conquistas e melhorias alcançadas na vida dos cearenses por conta do seu trabalho (de Izolda), junto com Camilo nos anos recentes. Prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só”, ressaltou o comunicado.
Camilo também criticou a decisão: “Lamento muito que a primeira mulher governadora do Ceará não poderá concorrer à reeleição, após decisão do PDT. Siga firme, Izolda! O Ceará tem muito orgulho de sua força e determinação.”
Capitão Wagner cobra “mea culpa” de RC
Líder nas pesquisas de intenção de voto para o Governo do Ceará, Capitão Wagner (UB) aproveitou a troca de farpas entre os ex-aliados para cobrar “mea culpa” do ex-prefeito de Fortaleza. Segundo o candidato do União Brasil, os problemas atribuídos a gestão de Camilo tem corresponsabilidade do pedetista.
Wagner afirmou, em entrevista ao O Povo, que RC “tenta ignorar um passado não muito distante”. Ele ressalta que o político “fazia parte da gestão até um dia desse” e que “não tem bons exemplos para dar ao Estado e aos cearenses”. E acrescentou: “Enquanto ele era prefeito, Fortaleza foi considerada a cidade mais violenta do Brasil. Tá faltando mea culpa”, repetiu.
Por Israel Gomes
Fonte: O Povo