Victor Godoy Veiga, braço direito do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, foi escolhido para chefiar a pasta interinamente. A nomeação foi publicada na edição de hoje do DOU (Diário Oficial da União) e é assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Ribeiro deixou o MEC (Ministério da Educação) na segunda-feira (28), após a divulgação de um áudio em que ele afirma que o governo federal prioriza a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores.
Veiga era secretário executivo do MEC desde julho de 2020, quando Ribeiro passou a chefiar a pasta. Ele é servidor de carreira como auditor federal na CGU (Controladoria-Geral da União) desde 2004.
Fontes ouvidas afirmaram que Veiga deve conduzir o ministério seguindo o caminho de Ribeiro. Ele sempre teve espaços privilegiados em reuniões e decisões do MEC.
O currículo de Veiga, divulgado pelo MEC, informa que ele é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela UnB (Universidade de Brasília) e fez pós-graduação na Escola Superior de Guerra e na Escola Superior do Ministério Público.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Veiga foi responsável por ameaçar servidores que tentassem levar para Polícia Federal a investigação da Unifil, de Londrina. O jornal revelou que uma fraude teria ocorrido no curso de biomedicina da instituição a partir do vazamento da avaliação do ensino superior.
Quinto nome em três anos
Ele é o quinto a assumir a pasta em três anos de governo. Antes de Ribeiro, Carlos Decotelli teve uma breve passagem pela pasta — pediu demissão com apenas cinco dias no cargo, após denúncias de irregularidades em seu currículo.
Antecessor de Decotelli, Abraham Weintraub deixou a função em junho de 2020, em razão da escalada da crise institucional causada por suas declarações contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Antes deles, Ricardo Vélez Rodríguez, o primeiro nome à frente do MEC no governo Bolsonaro, teve uma gestão de apenas três meses, também marcada por polêmicas.
Especialistas ouvidos apontaram que a troca de ministro quebra mais uma vez a possibilidade de uma gestão a longo prazo na pasta e dá sequência ao desmonte e enfraquecimento do ministério.
Até o momento, o governo Bolsonaro teve 28 trocas de ministros. Mesmo antes de ter finalizado os quatro anos, o atual governo é o segundo que mais trocou ministros desde a redemocratização. Até o momento, Bolsonaro mudou o titular das pastas, em média, a cada 42 dias.
Fonte: UOL