O presidente Lula (PT) negou hoje que tenha revogado o chamado novo ensino médio, suspenso ontem (5) por 60 dias, e prometeu um aperfeiçoamento do projeto.
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O presidente afirmou que sua ordem foi para continuar o atual cronograma “tentando aprimorar”. “Nós não vamos revogar, nós suspendemos e vamos discutir com todas as entidades interessadas em discutir em como aperfeiçoar o ensino médio desse país”, disse.
A reforma foi aprovada em 2017, no governo Michel Temer (MDB), e tem sido criticada por educadores e setores de esquerda. O texto previa a implementação da reforma em todos os anos do ensino médio até 2024.
A suspensão foi publicada ontem pelo Ministério da Educação. Segundo Lula, uma nova proposta será apresentada após uma nova rodada de discussões com a sociedade civil.
“Nós vamos suspender por um período, até a gente fazer um acordo que deixe todas as pessoas satisfeitas com o ensino médio nesse país. É isso. Não foi revogado, foi suspenso, para que a gente rediscuta com a sociedade brasileira, ligada à área da educação, o que a gente quer no ensino médio.”
Lula, em café da manhã com jornalistas
Briga pela mudança
O novo cronograma está longe de ser consenso. Educadores e setores de esquerda criticam a mudança desde a sua aprovação ao passo que entidades como o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) aprovam a alteração.
Para o Consed, “qualquer decisão” relacionada sobre o novo ensino médio deve ser tomada após a consulta pública aberta no mês passado pelo MEC. O processo durará 90 dias.
“Suspender o cronograma traz um risco de atraso que, no limite, pode até inviabilizar o novo Enem no próximo ano.”
Nota divulgada pelo Consed
O que é a reforma?
Aprovada em 2017 durante o governo Temer (MDB), a reforma do ensino médio prevê ampliação da carga horária e a possibilidade de parte das disciplinas ser escolhida pelos alunos fazem parte das mudanças.
Com as mudanças, a ideia era que a etapa se tornasse mais atrativa ao jovem e reduzisse a evasão escolar.
Quem é contra, no entanto, afirma que o modelo amplia as desigualdades e enfrenta obstáculos no processo de implementação nas escolas.
Fonte: UOL