O Ministério da Educação divulgou ontem que o resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), finalizado ontem (28), será divulgado no dia 11 de fevereiro. O anúncio foi feito em coletiva com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, em Brasília.
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Segundo Danilo Dupas, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), que também participou do evento, a edição deste ano terminou com abstenção de 29%. Apenas 2,17 milhões de estudantes participaram dos dois dias de provas, o menor número desde 2004.
Os gabaritos serão divulgados na próxima quarta (1º) e os pedidos de reaplicação estão disponíveis até sexta (3).
Ribeiro afirmou que a aplicação da prova foi um sucesso e ocorreu com toda normalidade. “Não é hora de tripudiar sobre nada nem ninguém. Mas acho que é hora de dizer que a sociedade brasileira saiu ganhando”, disse Ribeiro, que negou qualquer interferência da sua gestão na prova e ele disse que as questões da prova tiveram uma cara “contemporânea e mais próxima à esquerda”. Pastor evangélico, citou Jesus Cristo ao comentar o caso.
Ribeiro também elogiou Dupas, a quem falou merecer todos os méritos sobre o sucesso da prova. Foi a relação direta entre os dois, desde os anos de iniciativa privada, que garantiu a manutenção de Dupas no cargo, mesmo após as medições em massa no órgão no início do mês.
O general Floriano Peixoto, presidente dos Correios, chamou de “aparente receio” para a população possíveis problemas na logística de distribuição das provas pelo Brasil. No segundo dia, diz que bateram um recorde de fazer chegar os exames em duas horas e 41 minutos.
Como foi o Enem 2021
Neste domingo, o Enem teve seu segundo dia de provas, com matemática e ciências da natureza. No dia 21, o exame já havia tido ciências humanas, linguagens e a redação.
A maioria dos alunos ouvidos consideraram a prova mais fácil do que a da semana passada. Em contrapartida, houve estudantes que sentiram mais evidentes suas deficiências nos estudos. Além disso, muitos criticaram os enunciados das questões de hoje, voltadas para matemática e ciências da natureza.
Professores avaliaram que a escassez do BNI (Banco Nacional de Itens), com perguntas para formar o Enem, tornou a prova mais conteudista. Isso também fez com que a edição de 2021 ficasse sem perguntas com temas atuais, como a pandemia e a vacinação contra covid. Sobre isso, Dupas disse que “o banco de itens já está em recomposição, dentro do cronograma, tudo certinho”.
Ao todo, 3,1 milhões de pessoas se inscreveram para os dois formatos, que são feitos simultaneamente pela primeira vez. O gabarito oficial só deve ser publicado no dia 1º de dezembro.
Falhas
A prova transcorreu sem graves incidentes. Houve um aluno picado por escorpião em Goiás, mas ele pode pedir reaplicação, a acontecer em janeiro do ano que vem. Mesmo caso dos candidatos do Complexo do Salgueiro, no Rio, que foram afetados pela operação policial em São Gonçalo, na região metropolitana no último domingo (21), deixando ao menos nove mortos.
Segundo o Inep, houve uma falha técnica de conectividade ocorrida no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, em Petrolina (PE), que impossibilitou a realização digital da prova. Os alunos que ficaram sem fazer a prova também podem pedir reaplicação.
Ao fim do primeiro dia de provas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, já havia garantido “não ter havido interferência do governo” na montagem do Enem. Reportagens do Fantástico e do jornal O Estado de S. Paulo trouxeram relatos de servidores de supostas mudanças na prova a pedido do governo. Para ele, as denúncias “tentaram politizar” o Enem.
O ministro também classificou o primeiro dia de aplicação da prova como “um sucesso” e informou que a abstenção ficou em 26%. Na edição 2020, quando o Enem bateu recorde de faltosos, ele também avaliou a prova com o mesmo adjetivo.
Ao todo, a prova foi entregue a 1.747 municípios em 10.600 escolas, com 41 voos da FAB e 130 carretas.
Fonte: UOL