A estudante Daniela da Silva Santos, do curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Regional do Cariri (URCA), defendeu no dia 23 de junho o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “Arte, Identidade e Resistência: A Presença de Mulheridades Racializadas em Ambientes Culturais”. O trabalho marca um momento histórico: Daniela é a primeira mulher trans a se formar no curso da instituição.
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📚 Orientado pela artista e professora doutora Renata Aparecida Felinto dos Santos, o TCC realiza uma análise profunda sobre a presença de mulheres trans e travestis negras nas artes visuais e nos espaços culturais, com enfoque interseccional e decolonial. O estudo destaca nomes como Castiel Vitorino Brasileiro e Ventura Profana, além de dialogar com pensadoras como Lélia Gonzalez e Judith Butler.

🦋 A metáfora da borboleta — do casulo ao voo — estrutura o trabalho e representa tanto a jornada pessoal da autora quanto a potência de reinvenção de corpos dissidentes. A defesa do TCC foi acompanhada por estudantes, professores e amigos, marcando um momento de celebração e resistência coletiva.
🎓 A conquista de Daniela reforça a importância da diversidade real nas universidades. No início do ano, no Dia Nacional da Visibilidade Trans (29 de janeiro), 52 entidades do movimento LGBTQIAPN+ do Cariri apresentaram uma carta pública às universidades URCA e UFCA, reivindicando cotas para pessoas trans em cursos de graduação e pós-graduação.
📢 A medida já é realidade em pelo menos 23 universidades públicas brasileiras, mas no Cariri ainda é uma pauta em disputa. A proposta visa garantir acesso real ao ensino superior para grupos historicamente marginalizados, promovendo dignidade e cidadania plena.

🗣️ Indagada sobre a mensagem que deixaria a outras pessoas trans, Daniela afirmou: “Sonhar não é luxo, é direito. A universidade pode ser um lugar nosso também, mesmo quando ela tenta nos negar. Se mantenham firmes, criem redes. A presença de vocês é urgente e necessária. Toda vez que uma de nós avança, abre caminho para outras. Resistir é existir. E existir com dignidade é um ato de amor radical.”
Por Aline Dantas










