Até este sábado (29), o Ceará contabilizou, em média, 1.400 casos confirmados de Covid-19 em profissionais da educação da rede pública estadual. Destes, 1.202 aconteceram durante a segunda onda da pandemia – período que teve início no dia 4 de outubro -, refletindo em 85% do total. Os dados são do IntegraSUS, portal de transparência da Secretaria da Saúde (Sesa).
No ano passado, ocorreram dois óbitos e 430 confirmações da doença entre este grupo no Estado. Já 2021 conta com oito mortes e 969 casos, representando um aumento de 300% e 125%, respectivamente.
Por nota, o Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Ceará (Apeoc) considerou os números alarmantes e refletem o cenário pandêmico que a população brasileira tem enfrentado no país, com valores que poderiam “ser ainda maiores se não tivesse sido adotado o sistema remoto de aulas”.
“Apontamos a necessidade de agilizar a vacinação de todos(as) os(as) profissionais da Educação com um mutirão para garantir as estruturas físicas, pedagógicas e administrativas, no intuito de criar um ambiente de segurança sanitária que possibilite a discussão efetiva, transparente e democrática sobre a transição do ensino virtual para o híbrido”, comenta a Apeoc.
A Secretaria da Educação (Seduc) informou que todas as determinações que dizem respeito à retomada de atividades sociais e econômicas no Ceará são definidas conjuntamente pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19.
“As medidas levam em consideração aspectos científicos aferidos pelas equipes técnicas em saúde pública, como as curvas epidemiológicas, casos confirmados e óbitos, pressão no sistema de saúde, entre outras variáveis. O Comitê reforça que todas as determinações têm como prioridade salvar vidas”, expôs em nota.A Secretaria da Educação aguarda as orientações de um novo decreto estadual acerca da autorização da retomada das aulas presenciais para o Ensino Médio.
Vacinação do grupo
O Ceará deu início ao processo de vacinação contra a Covid-19 para profissionais da educação neste sábado (29) e a Prefeitura de Fortaleza já divulgou listas para a imunização do grupo até o dia 3 de junho. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) comunicou que ainda não tem dados sobre o número de profissionais da área imunizados até a publicação desta matéria.
Neste contexto, uma das questões que tem gerado críticas, por parte dos sindicatos e dos próprios profissionais, é a necessidade dos profissionais da educação apresentarem uma declaração de compromisso de retorno às aulas presenciais para receber a vacina.
Alegria e esperança
Para a professora do ensino técnico Elaine Carneiro, 45 anos, que apresenta comorbidade e recebeu a primeira dose da vacina Pfizer/BioNTech neste sábado, o sentimento foi de extrema alegria e esperança.
“Foi um momento muito feliz, fiquei muito grata a Deus e também grata ao nosso SUS, porque essa vacina é sem distinção de classe social, é direito de todos”.
Elaine Carneiro, professora
Elaine comenta ainda que a profissão da docência é muito necessária. “Só há outras profissões porquê existe o professor e a gente precisa lembrar que o professor precisa tá imunizado sim, ele tem um papel chave na sociedade, na formação de pessoas… e pra formar pessoas a gente tem que dizer que a saúde é importante”.
Panorama do Ceará
De acordo com a Sinopse Estatística da Educação Básica 2020, divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) por meio de uma síntese do Censo Escolar, o Ceará conta com 97.383 docentes divididos na educação básica, na educação profissional técnica de nível médio, na educação de jovens e adultos e na educação especial.
Além disso, até esta segunda-feira (31), o Estado soma 115.970 cadastros de profissionais da educação do ensino básico na plataforma do Saúde Digital, etapa necessária para receber a imunização contra a Covid-19. Os profissionais da educação englobam desde professores a diretores, gestores, porteiros, assistentes de sala de aula e demais profissionais com atuação na área.
Fonte: Diário do Nordeste