A distribuição dos 347 mil chips com pacote mensal de 20GB de internet móvel para os alunos da rede pública estadual de ensino teve início nesta quarta-feira (9). O objetivo do Governo do Ceará é garantir melhores condições de acesso à internet aos estudantes em decorrência da necessidade de aulas virtuais. O investimento estadual nos primeiros seis meses será de R$ 29.415.157,20.
Embora tenha surgido como forma de auxiliar os estudantes nesse período de aulas remotas por causa da pandemia, o governador Camilo Santana afirmou que essa será uma política pública permanente. “Todo aluno que ingressar na escola pública do Estado do Ceará terá um chip com 20gb, 4G, para que ele possa garantir a conectividade durante o período em que permanecer (matriculado) na escola. Da mesma forma os alunos de baixa renda que ingressarem nas universidades estaduais”, garantiu o chefe do Executivo estadual.
Para o governador, toda ação desenvolvida no campo educacional é tratada como prioridade dentro do governo por ele acreditar que esse seja o caminho para dar oportunidade a quem mais precisa. “É através da educação que nós buscamos uma sociedade mais justa. A libertação das pessoas está através da educação e do conhecimento. Uma escola pública de qualidade sempre será a pauta que nós queremos buscar e o Ceará é um exemplo para o Brasil nos avanços”, ressaltou Camilo.
A iniciativa irá beneficiar 338 mil estudantes do 6º ao 9º do Ensino Fundamental e 1ª ao 3ª do Ensino Médio das escolas públicas do Estado, somados a 8.959 alunos de baixa renda que cursam o Ensino Superior nas universidades Estadual do Ceará (Uece), Regional do Cariri (Urca) e Estadual Vale do Acaraú (UVA), além do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) e das Faculdades de Tecnologia Centec (Fatec).
A ação é coordenada pela Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice) e secretarias da Educação (Seduc) e Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece). A entrega vai ser feita na unidade educacional em que cada aluno está matriculado, através de agendamento, da mesma forma como foi com o cartão-alimentação entregue aos alunos do Ensino Médio para minimizar os efeitos da pandemia.
Conectados com a educação
A instabilidade de sinal e a questão financeira são algumas das dificuldades que os estudantes tiveram que tentar driblar para permanecerem o processo de aprendizagem durante a pandemia, já que as aulas passaram a ser realizadas de forma virtual, atendendo aos controles sanitários e preventivos.
Estudante trans do oitavo semestre de Pedagogia da Uece, José Honorário Batista Neto, conhecido por Neta, relatou a dificuldade financeira que tem sido para conseguir acompanhar as aulas. “A gente que está em casa sem esse acesso à internet, tem que estar colocando crédito no celular. A gente fica gastando muito com internet e a presença do chip dado pelo Governo do Estado é um avanço, principalmente para a área da tecnologia, ciência e educação. Levar acesso à educação através da internet, principalmente nesse processo de aulas online, é muito bom”.
A falha na conexão também acabou por atrapalhar alguns alunos, como foi o caso de Eduardo de Sousa, aluno do segundo ano do Ensino Médio. Agora, com o chip, o estudante enxerga uma melhor condição para o aprendizado. “Melhora bastante. Escutamos nas aulas remotas que os alunos saíam por causa da queda de internet. Então, se você tem um seguro desse é uma base para que você continue seus estudos. Muitas vezes tive que desligar o Wi-Fi para pegar uma rede móvel”, ressaltou Eduardo.