O turismo cearense cresceu, no primeiro trimestre de 2023, 15,2%, mesmo diante de uma base elevada verificada em igual período de 2022, quando apresentou índice de 47,7%. Aliás, o desempenho turístico do Ceará, nos três primeiros meses deste ano, superou a atividade turística nacional, que registrou alta de 11% no mesmo período. O setor na Bahia foi ligeiramente maior que Ceará no mesmo período – praticamente empatados -, pois atingiu 15,6%, enquanto Pernambuco cresceu apenas 3,5%. A boa notícia está no Enfoque Econômico (Nº 254) – Desempenho do Índice de Atividades Turísticas do Ceará no Primeiro Trimestre de 2023, trabalho publicado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
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O analista de Políticas Públicas do Ipece, Daniel Suliano, autor do estudo, observa que o Índice de Atividades Turísticas do Ceará (Iatur) é um indicador construído a partir da Pesquisa Mensal dos Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que a PMS é mensurada com base nos serviços empresariais não-financeiros mediante o uso da receita bruta de serviços de empresas formalmente constituídas. Ele explica que a atividade turística cearense segue a mesma tendência da atividade nacional na série histórica trimestral a partir de 2019 até 2023. Além disso, pode ser observado que, em 2019, e, portanto, antes da pandemia, o setor turístico cearense crescia acima do setor nacional, não obstante apresentasse sinais de arrefecimento.
Daniel Suliano chama a atenção para o fato de que, no Brasil, foi decretado estado pandêmico na segunda quinzena de março de 2020, portanto no final do primeiro trimestre do referente ano. “Ao observar de forma retroativa, as evidências revelaram que os dados não haviam captado ainda queda das atividades econômicas e, possivelmente, também, no setor de turismo. É possível que esse recuo de 9,3% na Iatur cearense e de 6,3% no Brasil, verificado no primeiro trimestre de 2020, não seja reflexo das medidas de isolamento social adotadas no período”, analisa.
No segundo trimestre de 2020, frisa o analista de políticas, são claros os efeitos da crise sanitária diante das medidas de isolamento social e fechamento de atividades econômicas não essenciais, quando o setor cearense recuou 72,3%. “É importante destacar que o segmento seguiu apresentando taxas negativas, embora a taxas decrescentes ao longo de 2020 seguindo uma recuperação em V”.
No primeiro trimestre de 2021, o setor continuava operando em terreno negativo, possivelmente em decorrência dos efeitos da segunda onda. Nesse período outras medidas de isolamento social foram novamente implantadas, atingindo diretamente um setor que funciona mediante demanda presencial – ressalta, acrescentando que, no segundo trimestre de 2021, o setor apresentava alta expressiva – no Ceará o crescimento é de quase 100% com o desempenho continuando positivo nos trimestres subsequentes de 2021, mas desacelerando. A partir do segundo trimestre de 2022, o turismo cearense ainda registrava desempenho positivo, mas também a taxas decrescentes, mas no primeiro trimestre de 2023 o setor voltou a crescer.
Para concluir, Daniel Suliano afirma que o turismo cearense foi mais impactado ao longo pela crise sanitária (Covid -19) em 2020 e 2021, mas que, a partir de julho de 2022, o índice de atividade turística cearense segue operando acima do nacional bem como acima do período pandêmico (fevereiro de 2020). “Em janeiro de 2023, o turismo cearense estava 38% acima de fevereiro de 2020 tendo, por sua vez, em fevereiro de 2023 ficado abaixo 5% para então ficar no mesmo patamar em março utilizando essa mesma base de comparação. Já o Brasil opera 12% em março de 2023, quando comparado a fevereiro de 2020”.