O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou crescimento de 0,9% no terceiro trimestre de 2024, comparado ao trimestre anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (3). O resultado posiciona o país entre os destaques do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, ficando atrás apenas de Indonésia (1,5%) e México (1,1%) e empatado com a China no período.
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Serviços e indústria puxam crescimento
Os setores de serviços e indústria foram os principais responsáveis pela alta no PIB. O segmento de serviços avançou 0,9%, com destaque para áreas como informação e comunicação (+2,1%), atividades financeiras (+1,5%) e comércio (+0,8%). Já na indústria, o crescimento foi impulsionado pelas indústrias de transformação, que cresceram 1,3%. Por outro lado, a construção (-1,7%) e a geração de energia elétrica (-1,4%) tiveram quedas.
O setor agropecuário recuou 0,9% no trimestre, reflexo de desafios climáticos e estruturais. Em relação ao mesmo período do ano passado, a agropecuária apresentou queda de 3,5%, enquanto a indústria e os serviços cresceram 3,5% e 3,8%, respectivamente.
Consumo interno impulsiona economia
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o desempenho acima do esperado reflete um conjunto de fatores, como o aumento dos gastos públicos e a recuperação do mercado de trabalho. Atualmente, o Brasil registra taxa de desemprego de 6,2%, a menor da série histórica, o que impulsiona o consumo das famílias.
“A expansão fiscal, combinada com a elevação da massa salarial e o aumento do crédito, tem sido o principal motor da economia neste ano, com destaque para a demanda interna como principal impulsionadora do crescimento”, aponta o relatório da CNI.
Inflação e desafios futuros
Apesar dos bons resultados, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 4,77%, pressionada pelo aumento nos preços dos alimentos e das tarifas de energia elétrica. A seca intensa, queimadas e a alta nos preços dos combustíveis são fatores que podem impactar negativamente a economia no curto prazo.
Comparação internacional e projeções
Em comparação internacional, o desempenho do Brasil no terceiro trimestre superou economias como Estados Unidos (0,7%), França (0,4%) e Reino Unido (0,1%). Para o ano de 2024, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um crescimento de 3% para o Brasil, enquanto a China deve crescer 4,8%.
Embora o cenário atual seja positivo, especialistas alertam para uma desaceleração em 2025. “Com a política monetária ainda restritiva e a possível perda de fôlego do mercado de trabalho, o crescimento deve moderar no próximo ano”, avalia o FMI.
Planejamento e sustentabilidade como foco
Diante dos desafios e potencialidades, economistas defendem o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade. O fortalecimento do setor agrícola com tecnologias avançadas, a diversificação industrial e o investimento em energia renovável são apontados como caminhos para manter o crescimento em um cenário global cada vez mais competitivo e desafiador.
Por Nágela Cosme