O tombo no preço do barril de petróleo de mais de 20% na semana passada surtiu efeito na nova política de preços da Petrobras e a estatal informou nesta quinta-feira (12), que reduziu o preço da gasolina em 9,5%, ou R$ 0,1600 o litro, e do diesel em 6,5%, em R$ 0,1250 o litro em todas as praças. O reajuste é uma resposta imediata à turbulência internacional causada pelo coronavírus na economia, que derrete as bolsas de valores e chegou aos produtores de petróleo.
A medida, apesar de animar os consumidores, frustra as expectativas do presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda, que disse ser mais provável que a Petrobras seguisse o roteiro adotado em setembro, quando um ataque de drones afetou a produção da Arábia Saudita. Na ocasião, a estatal esperou passar o momento de maior volatilidade antes de reajustar os preços.
Entenda a questão
Desde o início do ano, a commodity vem caindo de preço por causa do coronavírus, que ameaça o crescimento da economia global, e mudou de patamar nos últimos dias por uma queda de braços entre a Rússia e a Arábia Saudita pelo volume de petróleo disponível no mercado.
Responsáveis pela segunda maior produção de petróleo do planeta e líderes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), os sauditas propusseram reduzir a produção – ameaçada pela baixa demanda causada pelo vírus – para manter os preços.
A proposta foi recusada pelos russos, que afirmam poder segurar a cotação do barril em baixa por anos. O objetivo deles é passar pela crise mantendo mercados e ganhando mais espaço no consumo do planeta.
A recusa fez com que a Arábia Saudita, ao invés de recuar, aumentasse a produção também, dando início a um cabo de guerra que fez o preço do barril de petróleo despencar entre a semana passada e o começo desta.
Nesta quinta, o barril do petróleo operava por volta dos US$ 33, depois de ter aberto o mês de março em torno dos US$ 50.
Fonte: Estadão Conteúdo