Quem está com o nome sujo dificilmente consegue um empréstimo em banco. Mas a Caixa Econômica Federal oferece uma opção em que é possível conseguir até R$ 100 mil, com taxa de juros de 1,99% ao mês, sem consulta ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) para saber se o cliente está negativado.
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Apesar do acesso fácil ao crédito, é preciso ficar atento. O banco exige que algum bem seja deixado como garantia de pagamento ao empréstimo, e especialistas alertam para a bola de neve que a dívida pode formar.
Como contratar empréstimo na Caixa, mesmo para negativados
Esse serviço de acesso ao crédito da Caixa é chamado de penhor. Para contratar o penhor, é preciso ir a uma das agências que estão habilitadas. Os endereços podem ser encontrados no site oficial da Caixa. Para isso, basta selecionar “agências com penhor” no campo “atendimento”. Em seguida, escolha o estado e a cidade onde quer o atendimento.
É preciso levar ao banco os bens que serão dados como garantia, além de documentos como RG, CPF e comprovante de residência.
O que é aceito para o penhor, segundo a Caixa:
• Joias
• Canetas de valor (desde que analisadas por um avaliador, que constate o valor)
• Relógios de valor (também analisados)
• Pratarias de valor
• Metais e pedras nobres (ouro, diamante etc)
Um prazo é definido no contrato —o máximo é 180 dias— e, ao final dele, os objetos são devolvidos de acordo com o cumprimento.
Se o pagamento não for realizado em até 30 dias depois do prazo final, os bens vão a leilão.
O valor do empréstimo vai de R$ 50 a R$ 100 mil, dependendo do bem a ser usado de garantia.
Cuidados na hora de buscar o serviço
Paula Bazzo, planejadora financeira da SuperRico, plataforma virtual que trabalha com educação financeira, coloca uma questão importante: em geral, o bem disponibilizado para penhor é avaliado por um preço abaixo do valor de venda no mercado.
Por isso, ela recomenda cuidado na hora de pedir esse tipo de empréstimo. “Às vezes é 50%, até 70% do valor de mercado”, afirma.
“Mas o mais importante que a pessoa deve ter em mente é ver se a parcela que ela vai pagar mensalmente cabe no orçamento.”
Paula Bazzo
O consultor em finanças Yuri de Martino afirma que o penhor é uma “boa opção” para quem está negativado, pois permite a quitação da dívida quase imediatamente, saindo assim da lista de maus devedores. Porém, ele alerta para o risco da “bola de neve” de contas.
“Quando se penhora um bem, a pessoa deixa de ser dona dele até que a dívida seja quitada. Como os mecanismos de penhora são equivalentes a financiamentos e empréstimos, no caso de inadimplência, os bens penhorados são mais facilmente confiscados para quitação da dívida”, explica.
FGTS também pode ser dado como garantia
O valor que você tem no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) também pode ser usado com garantia. Porém essa hipótese precisa ser avaliada no atendimento.
O valor emprestado é de 10% do saldo total disponível, caso ainda esteja empregado —mas a empresa para onde você trabalha deve ter aderido ao serviço junto à Caixa.
Se você foi demitido sem justa causa e precisar pegar dinheiro, serão disponibilizados os 40% de multa da rescisão.
A inadimplência das parcelas é resolvida com a retirada direta do valor do FGTS.
Condições especiais de penhor até 29 de julho
Até 29 de julho, a Caixa oferece condições diferenciadas para clientes que estão com os pagamentos do penhor em atraso.
“Nesse período, o cliente pode optar por renovar, pagar as prestações em atraso ou liquidar o contrato com descontos nos encargos por atraso”, diz a Caixa.
Os descontos incidem exclusivamente sobre os encargos dos contratos com mais de 60 dias de atraso, e podem variar de acordo com as características do crédito.
Se o contrato for liquidado, o usuário tem o bem de volta — já que pagou toda a dívida.
Dicas importantes
Os especialistas ouvidos detalham uma conta que você pode fazer para saber se é possível pagar um empréstimo —penhor ou não.
Por exemplo: se a família tem uma renda média de R$ 5.000, ela deve gastar no máximo R$ 2.500 com despesas fixas (aluguel, água, luz, internet e outras parcelas de financiamentos, penhora ou empréstimos).
Caso os gastos sejam maiores, o risco de não conseguir honrar a dívida também é grande —a não ser que a pessoa consiga outra forma de renda.
Paula afirma que o planejamento é o que realmente faz a diferença nessas horas.
Nos atendimentos aos clientes, ela nota que as elevadas taxas de juros acabam minando qualquer possibilidade de sair do negativo.
E aí vale a pena trocar a dívida por outra com menor taxa, para conseguir voltar aos trilhos.
“Primeiro passo é fazer uma revisão de gastos, colocar tudo em uma planilha, e ver onde está gastando acima da medida. A partir daí, analisar o que pode ser reduzido. Depois, analisar se é possível alguma atividade extra que gere renda adicional, mesmo provisoriamente. E, com isso, a pessoa pode partir para uma renegociação ou a troca de dívida”, afirma.
Fonte: UOL