O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira (1º), a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) além dos R$ 5 mil prometidos durante sua campanha presidencial. Em entrevista à Rádio O Povo, em Fortaleza, Lula afirmou que a ampliação vai além de uma promessa eleitoral, sendo uma questão de “justiça”. Ele ressaltou que essa mudança será possível com a taxação dos mais ricos.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
“Não é justo que quem ganha R$ 5 mil pague Imposto de Renda, enquanto aqueles que possuem ações da Petrobras e recebem R$ 45 bilhões em dividendos fiquem isentos”, destacou o presidente. Lula argumentou que os trabalhadores de baixa e média renda pagam proporcionalmente mais impostos do que os ricos. Ele defendeu que o debate sobre o tema deve ser transparente, permitindo que todos entendam quem paga e quanto paga em tributos.
“Não podemos cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil e deixar aqueles que recebem muito mais sem pagar. Queremos isentar quem ganha até R$ 5 mil e, no futuro, aumentar essa faixa, porque, na minha opinião, salário não é renda. Renda é aquilo que vem da especulação”, afirmou Lula.
Preocupação com trabalhadores de aplicativos
Além de discutir o Imposto de Renda, Lula também enfatizou a importância de políticas que considerem os novos mercados de trabalho, como os profissionais que atuam em plataformas digitais e aplicativos de entrega. “Há um novo tipo de trabalhador com o qual precisamos nos preocupar”, disse ele. “São pessoas que muitas vezes não querem ter carteira assinada, mas que precisam de garantias previdenciárias para o futuro, pois podem adoecer ou enfrentar infortúnios”.
O presidente defendeu a criação de uma legislação que estabeleça regras e jornadas de trabalho para esses profissionais, garantindo que eles mantenham sua autonomia, mas com proteção social adequada. “Queremos que eles tenham segurança sem deixar de ser os profissionais que desejam ser”, ressaltou Lula.
Apoio ao empreendedorismo e crédito facilitado
O presidente aproveitou para destacar a sanção recente de um projeto de lei chamado Acredita, que, segundo ele, vai expandir o acesso ao crédito para pequenos e médios empreendedores, cooperativas e beneficiários do Bolsa Família que desejam iniciar um negócio próprio. “Esse será o maior programa de crédito da história do país para pequenos empresários e empreendedores”, afirmou o presidente.
Por Heloísa Mendelshon