O Ministro da Economia, Paulo Guedes , afirmou nesta terça-feira (10), durante o evento “Boas práticas e desafios para a implementação da política de desestatização do Governo Federal”, que o Brasil pode ir para “uma hiperinflação muito rápido”, caso não consiga rolar sua dívida com urgência.
A hiperinflação é dos maiores medos dos brasileiros, levando em consideração o passado recente da economia do país. O Brasil passou por um período de 15 anos de descontrole dos preços antes da implementação do Plano Real em 1994.
Falta de privatizações
Ainda no mesmo evento, Guedes revelou sua frustração em ainda não ter conseguido privatizar nenhuma estatal. Vale lembrar que, durante a campanha eleitoral de 2018, o ministro afirmava ter como meta a arrecadação de R$ 1 trilhão apenas com a venda dessas empresas.
O ministro citou “acordos políticos”, tanto na Câmara como no Senado , como entraves nas privatizações.
“Estou bastante frustrado com o fato de estarmos aqui há dois anos e não termos conseguido ainda vender nenhuma estatal. Por isso, um secretário nosso foi embora Salim Mattar, que deixou o ministério em agosto. Precisamos recompor nosso eixo político para fazermos as privatizações prometidas na campanha”, disse.
Paulo Guedes defendeu, ainda, os desinvestimentos como estratégia para a redução do endividamento público .
Dívida crescendo
Sem conseguir levar a frente os desinvestimentos, ou vender imóveis públicos, Guedes ressaltou que o país possui empresas e bens ineficientes . Segundo ele, ao mesmo tempo em que o país segue com esses problemas, a dívida continua crescendo como uma “bola de neve”.
“Se tivéssemos matado a dívida, estaríamos com recursos alocados para fazer transferência de renda”, afirmou.
A missão do ministro, agora, é acelerar o programa de privatizações. Para isso, colocou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, e o secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, como dois de seus aliados.
“Tem que começar pela Cedae , é um ativo que já poderia ter sido desestatizado”, disse sobre a empresa de saneamento do Rio de Janeiro, que figura o programa de recuperação fiscal do governo federal.
Fonte: iG