Os Estados Unidos anunciaram, nesta sexta-feira (14), a redução das tarifas de importação sobre café, carne, açaí, banana e outros produtos. A medida, no entanto, não inclui a tarifa adicional de 40% aplicada pelo governo Donald Trump a bens brasileiros, que permanece válida.
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Segundo o Ministério da Agricultura do Brasil, a ordem assinada por Trump reduz apenas as chamadas taxas de reciprocidade, impostas em abril pelo governo norte-americano a vários países — entre eles o Brasil, com alíquota de 10%.
A tarifa extra de 40%, anunciada por Trump em julho especificamente para produtos brasileiros, não foi alterada.
☕ Pressão da inflação e articulação diplomática
O Brasil é hoje o maior fornecedor de café aos Estados Unidos e também um dos principais exportadores de carne ao país. Ambos os produtos estão com preços em alta no mercado americano, aumentando a pressão interna sobre o governo Trump.
Nas últimas semanas, Brasil e EUA intensificaram negociações para flexibilizar o “tarifaço”. O tema ganhou força após um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro, na Malásia.
Na terça-feira (12), em entrevista à Fox News, Trump chegou a mencionar que poderia reduzir a tarifa do café — o que se confirmou parcialmente na ordem executiva desta sexta.
Na véspera do anúncio, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, reuniu-se com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, para tratar do assunto.
📜 O que diz a ordem assinada por Trump
A nova ordem executiva não cita países específicos, mas afirma que a decisão foi tomada após avaliação de:
• demandas internas do mercado americano,
• capacidade doméstica de produção,
• andamento das negociações comerciais,
• e recomendações de autoridades que monitoram os efeitos do tarifaço.
A redução vale para mercadorias importadas e retiradas de armazéns desde quinta-feira (13).
Com isso, a Casa Branca atualizou a lista de produtos parcialmente isentos, agora incluindo carne e café. Até então, apenas itens beneficiados em julho, como o suco de laranja, figuravam na relação.
📣 Repercussão no Brasil
A medida foi recebida com cautela e otimismo por autoridades e entidades do setor.
Celso Amorim, assessor especial da Presidência, e Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, consideraram o anúncio positivo, mas destacaram que o governo brasileiro segue atento aos produtos que continuam sob tarifas elevadas.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) celebrou a decisão.
“A redução tarifária devolve previsibilidade ao setor e cria condições mais adequadas para o bom funcionamento do comércio”, afirmou a entidade em nota.
A Abiec ressaltou ainda que os EUA são o segundo maior mercado da carne bovina brasileira e que a medida fortalece a relação comercial, abrindo espaço para uma retomada mais estável nas exportações.
Por Bruno Rakowsky










