Diante do impacto provocado pelo tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos contra produtos brasileiros, o Ceará estuda uma saída digna de “peixe grande”: comprar os pescados locais atingidos pela medida para abastecer escolas, hospitais e universidades da rede pública. A proposta foi ventilada pelo governador Elmano de Freitas (PT) nesta quinta-feira (31), durante inauguração de leitos de UTI e enfermaria no Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza.
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“Estamos analisando a possibilidade de o poder público adquirir parte dos produtos afetados, como os pescados e a castanha de caju”, afirmou Elmano, com a tranquilidade de quem conhece bem o peso de uma rede de arrasto cheia. A proposta está sendo discutida no âmbito estadual, mas também será levada ao Governo Federal.
Entre os programas citados pelo governador para viabilizar a operação estão o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa de Controle de Estoques, ambos já utilizados em outras ocasiões para absorver excedentes da agricultura familiar.
🍽️ Pescado na merenda, castanha na sobremesa
O governador citou como exemplo o programa Ceará Sem Fome, que oferece diariamente 130 mil refeições à população mais vulnerável. “Podemos comprar pescado dos produtores cearenses e colocá-lo no almoço que damos diariamente. Já pensou um pirãozinho de tilápia fortalecendo a segurança alimentar e os empregos ao mesmo tempo?”, sugeriu, em tom pragmático.
Além disso, a castanha de caju – estrela da sobremesa nordestina e possível vítima das novas tarifas – também pode ser incorporada à merenda escolar, às refeições em universidades públicas e até na alimentação hospitalar. “Podemos incluir na dieta dos nossos equipamentos públicos”, pontuou Elmano, dando sinais de que nada escapará ao planejamento nutricional estratégico do estado.
🔧 Medidas contra o impacto econômico
Segundo o governador, o objetivo é claro: manter empregos e garantir renda para os trabalhadores cearenses, enquanto o governo brasileiro busca negociar saídas diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos. “Enquanto isso, podemos ganhar tempo e abrir novos mercados”, avaliou.
🎯 Elmano destacou ainda que, embora alguns produtos tenham escapado da nova taxação – como o aço, por ora isento – outros como castanha, calçados e cera de carnaúba ainda estão sob análise. “Esses setores são fundamentais para a nossa economia. Precisamos da união das forças políticas do Ceará e do Brasil para proteger nossos interesses”, afirmou.
💥 Crítica à oposição: “defendendo Trump em vez do Brasil”
Sem poupar os críticos da sua gestão – nem do outro lado do Equador –, Elmano alfinetou: “Lamento que haja brasileiros defendendo os interesses do governo americano em vez de defender o emprego do povo brasileiro. Aqui, o nosso compromisso é com o Ceará e com o Brasil, não com Washington.”
🤝 Agenda com Alckmin
O governador deve se reunir com o vice-presidente Geraldo Alckmin até domingo para discutir ações concretas que mitiguem os impactos das tarifas sobre a economia cearense. “Precisamos garantir que o Ceará esteja incluído nas medidas nacionais de proteção. A economia do estado não pode ser deixada para trás”, concluiu.
Por Nicolas Uchoa










