O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (27), renovando recorde nominal de fechamento pelo terceiro dia seguido, com os investidores atentos à atuação do Banco Central diante da disparada recente da moeda norte-americana.
O dólar subiu 0,45%, a R$ 4,2584. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,2711. Veja mais cotações. Já o dólar turismo terminou o dia vendido perto de R$ 4,44, sem considerar os impostos.
Por volta das 12h30, o Banco Central fez mais um leilão extraordinário da moeda – o terceiro em três dias – para tentar conter a alta.
Com o novo avanço desta quarta, o dólar acumula em novembro um avanço de 6,2%. No ano, a alta é de 9,92%.
O que explica a alta?
No dia anterior, o dólar reagiu a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que o câmbio de equilíbrio “tende a ir para um lugar mais alto”.
A disparada do dólar obrigou o Banco Central a reforçar a intervenção no mercado de câmbio. Por volta das 11h05, a alta da moeda teve uma leve desaceleração, depois que o BC vendeu dólares no mercado à vista, em leilão extra, com taxa de corte de US$ 4,232. Um segundo leilão à vista foi feito por volta das 15h30, com corte de US$ 4,2390, devolvendo a cotação para baixo de R$ 4,25.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que as intervenções poderão se repetir nesta quarta-feira se a autoridade monetária observar novos gaps de liquidez.
A alta do dólar nas últimas semanas tem como pano de fundo a preocupação com a desaceleração da economia mundial e as incertezas em torno das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos para colocar fim à guerra comercial que se arrasta desde o começo de 2018. O movimento de saída de dólares do país, que enfraquece o câmbio, também contribui para a desvalorização do real.
Em outubro, o déficit nas transações correntes chegou a US$ 7,9 bilhões, maior que os US$ 5,8 bilhões projetados pelo Banco Central (BC) e com o investimento estrangeiro abaixo do esperado.
A menor oferta de moeda no país em meio a contínuas saídas de capital se tornou uma preocupação ainda maior depois da frustração do mercado com o megaleilão do excedente da cessão onerosa do pré-sal, no último dia 6, no qual praticamente apenas a Petrobras fez lances.
Além disso, também influenciam a maior tensão social em diversos países na América Latina, além do corte dos juros no Brasil, o que também contribui para manter afastado um fluxo maior de capital externo para o mercado brasileiro.
Fonte: G1