Os Correios anunciaram nesta quarta-feira (15) um pacote de medidas que compõem a primeira fase do plano de reestruturação financeira e operacional da estatal. O objetivo é garantir a sustentabilidade da empresa, modernizar operações e reequilibrar as contas após sucessivos prejuízos.
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Uma das principais ações é a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões com bancos, com garantia do Tesouro Nacional, para custear operações entre 2025 e 2026. Com isso, a direção da estatal pretende retomar a estabilidade e gerar lucro a partir de 2027.
📉 Situação financeira crítica
Entre janeiro e junho deste ano, os Correios acumularam prejuízo de R$ 4,36 bilhões, bem acima do déficit de R$ 1,3 bilhão registrado no mesmo período de 2024. Em 2024, o rombo anual totalizou R$ 2,6 bilhões.
Segundo o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, que está há 21 dias no cargo, a crise foi agravada pela concorrência do comércio eletrônico e pela demora em modernizar processos: “A nossa empresa não se adaptou de forma ágil à nova realidade. Perdemos competitividade, receitas e capacidade de gerar caixa”, afirmou.
Outro desafio mencionado por Rondon é o Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, que representa alto custo para a estatal. Segundo ele, será necessária uma nova negociação para reduzir o impacto financeiro.
🔧 Medidas anunciadas pelo plano de reestruturação
✅ Corte de despesas operacionais e administrativas
✅ Novo Programa de Demissão Voluntária (PDV)
✅ Venda de imóveis ociosos
✅ Renegociação de contratos com fornecedores
✅ Diversificação de receitas com novos serviços
✅ Captação de empréstimo de R$ 20 bilhões
✅ Recuperação da liquidez para operação sustentável
Além do PDV, a empresa vai mapear áreas ociosas e reduzir gastos sem comprometer a operação. A venda de imóveis deve gerar receita extra e diminuir custos de manutenção. A renegociação de contratos buscará economia sem afetar a segurança jurídica.
📦 Novos produtos e serviços à vista
Os Correios pretendem ampliar o portfólio e voltar a disputar mercado com empresas privadas de logística. A estatal estuda lançar serviços financeiros e linhas de negócio inspiradas em modelos internacionais.
“Empresas que geram lucro ampliaram seus serviços, especialmente em áreas como serviços financeiros e seguros”, disse Rondon.
💼 PDV anterior e comparação com medidas emergenciais
O último PDV, lançado em 2024, teve 3,5 mil adesões e gerou economia anual de R$ 750 milhões. No entanto, Rondon afirma que agora o foco é implementar ações estruturais, não apenas emergenciais: “Medidas anteriores eram emergenciais. Agora buscamos reequilibrar a empresa para os próximos anos”, destacou.
🚫 Privatização não está nos planos
Questionado sobre uma possível privatização dos Correios, Rondon afirmou que a prioridade é recuperar a empresa: “Os Correios vão se colocar em pé. A empresa é viável e tem capacidade de gerar receita.”
🏛️ Estrutura dos Correios hoje
• Presença em 100% dos municípios brasileiros
• 10 mil agências de atendimento
• 8 mil unidades operacionais
• 23 mil veículos
• 80 mil empregados diretos
Por Nicolas Uchoa










