Após ter liberado o funcionamento de diversos setores da economia em novo decreto publicado no fim da noite deste domingo (5), o governador Camilo Santana (PT) resolveu anular os efeitos e continuar as proibições já implementadas nos textos anteriores. A primeira decisão, tomada no começo da noite de ontem (5), liberava 16 tipos de empresa à retomarem as atividades, na maioria indústrias.
No entanto, a repercussão da decisão fez com que Camilo mudasse de ideia e declarasse o documento nulo na madrugada de domingo (5) para segunda (6), reforçando as medidas de combate à contaminação pelo novo coronavírus no Ceará.
“Diante da argumentação do nosso Comitê de Saúde, demonstrando preocupação com as flexibilizações de funcionamento colocadas pelo Governo do Estado nesse último decreto que entraria em vigor nesta segunda-feira (6), decidi revogar imediatamente o mesmo.Estamos publicando um novo decreto, mantendo todas as proibições dos decretos anteriores, e com o mesmo prazo de validade de 15 dias. Se houve um erro nessa proposta de flexibilização, que seja imediatamente corrigido”, escreveu no Twitter.
No texto anterior, que já não está mais válido, o governador permitia, a partir desta segunda-feira (6), o funcionamento de 16 tipos diferentes de empresas dos setores da indústria, do comércio e de serviços. A decisão foi comemorada pelo setor produtivo mais cedo.
Faziam parte do decreto, feiras de gêneros alimentícios; serrarias; indústrias de móveis e utensílios domésticos; indústrias de tintas, têxteis, de confecção, calçados e roupas; comércio de materiais de construção, empresas exportadoras; comércios de seguros, entre outras.
Repercussão
“Eu acho que o governador tem as decisões mais complexas e mais difíceis para ser tomadas. Ele está sempre em reunião, ouvindo a todos. Daqui a 15 dias, as coisas estão caminhando. O governador está fazendo com inteligência”, declarou o empresário e ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Beto Studart.
Da lista que voltariam ao trabalho, a indústria dominava a maioria das permissões, com quatro segmentos diretamente dos setores industriais e mais alguns, que fazem parte da cadeia produtiva que atende, como energia, exportação, obras e também escritórios de contabilidade tiveram o retorno ao trabalho liberado. Em seguida, vêm os setores de comércio e serviços, além das feiras.
“O empresariado fica insatisfeito porque ele quer honrar muitas vezes os compromissos com fornecedores, funcionários. E essas responsabilidades são pertinentes. As pessoas têm compromissos como a manutenção dos empregos”, havia afirmado Maurício Filizola, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), antes de o governador revogar a docreto.
Ajustes
Um outro decreto deve ser publicado nesta segunda-feira (6) tornando nulo o de domingo e mantendo a decisão inicial de isolamento social e fechamento de alguns negócios por 15 dias, que foi anunciada no sábado (4).
Fonte: Diário do Nordeste