Circula em grupos antivacina no Telegram uma mensagem que sugere relação entre a vacina contra a Covid-19 e o nascimento de uma criança com cauda de 12 centímetros e uma bola na ponta no Ceará. É falsa!
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A mensagem é falsa porque o caso da criança prematura de oito meses com a cauda de 12 centímetros aconteceu em 2020, quando a campanha de vacinação nem sequer havia começado. A enfermeira Mônica Calazans, primeira vacinada contra a Covid-19 no Brasil, recebeu a primeira dose do imunizante em janeiro de 2021.
O relato do caso no Ceará se tornou público apenas agora, por meio da Journal of Pediatric Surgery Case Reports, revista científica internacional. O caso é considerado raríssimo e, na literatura médica, há somente 40 casos no mundo.
O bebê foi encaminhado para o Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), na capital. Na unidade hospitalar, a criança foi avaliada e os médicos optaram por fazer uma cirurgia para a retirada da cauda. Como não havia comprometimento neurológico, como nervos ou osso na cauda, o procedimento foi de menor complexidade, realizado uma semana após a entrada do paciente no hospital.
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) diz que a formação aconteceu devido a uma alteração na regressão da cauda embrionária, e que ainda não existe etiologia definida para esse tipo de ocorrência. A Sesa afirma ainda que não houve nenhum prejuízo para a criança.
No artigo publicado sobre o caso, os autores explicam que caudas humanas são anomalias raras e descritas como protuberâncias cobertas de pele, e localizadas no meio da parte inferior da coluna vertebral.
O Fato ou Fake já explicou que não é verdade que vacinas contra o novo coronavírus possam gerar seres geneticamente modificados.
Essa não é a primeira vez que relacionam crianças com cauda a vacinas. O Fato ou Fake mostrou que o político turco Fatih Erbakan, conhecido pela postura antivacina, por sua adesão a teorias conspiratórias e à disseminação de fake news, deu uma entrevista coletiva em seu país e mostrou a foto de um bebê com cauda, fazendo a associação falsa com a imunização. Nesse caso, a imagem era manipulada.
A imagem do bebê com um rabinho foi alterada e está disponível em um banco de imagens, onde consta, inclusive, o aviso sobre a manipulação digital. “A imagem não é real, é conceitual, conforme detalhado na legenda: ‘Bebê humano com cauda, imagem digitalmente manipulada'”, diz o diretor de vendas do Science Photo Library, Simon Stone.
Fonte: g1