Vai completar um ano que o Brasil ficou sem a voz de Marília Mendonça, a rainha da sofrência. Na tarde do dia 5 de novembro de 2021, o King Air C90 que levava a cantora caiu enquanto estava se aproximando do pouso no aeroporto de Caratinga, localizado em Ubaporanga, a cerca de 200 km Belo Horizonte (MG).
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Com a queda, também morreram o produtor de Marília, Henrique Ribeiro, o tio e assessor dela, Abicieli Silveira Dias Filho, além do comandante Geraldo Medeiros e do copiloto Tarciso Pessoa Viana.
Faltava menos de um minuto para o pouso quando a aeronave se enroscou em fios de alta tensão, caindo em seguida em uma região de cachoeira em uma fazenda.
Hoje, um ano após o acidente, o que se sabe sobre a queda que matou todos a bordo?
Aeronáutica ainda investiga
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) continua investigando os motivos da causa do acidente.
Ao contrário de uma investigação criminal, que procura determinar culpados e a responsabilidade do fato, a investigação do órgão da FAB (Força Aérea Brasileira) tem como objetivo “prevenir que novos acidentes com características semelhantes e distintas ocorram”, afirma o órgão.
As ações iniciais dos investigadores se encerraram na primeira semana após o acidente. Hoje, a investigação está na fase final, e, segundo a Aeronáutica, “terá o menor prazo possível para a conclusão, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes”.
Sobre a queda, estão sendo analisados pelo Cenipa elementos referentes a:
• O trajeto da aeronave
• O sítio aeroportuário
• O operador do voo
• As informações aeronáuticas (como a meteorologia)
• A regulamentação associada às operações de táxi-aéreo
Na sexta-feira (4) a Polícia Civil de Minas Gerais deve realizar uma coletiva de imprensa para anunciar o andamento da investigação sobre o ocorrido.
Até o momento, foram descartadas as seguintes hipóteses:
• Doença preexistente dos pilotos
• Presença de álcool no sangue das pessoas a bordo
• Mal súbito dos pilotos
• Intoxicação das pessoas a bordo
• O avião ter sido atingido por um disparo de arma de fogo
• Mau tempo ter interferido no voo
Confusão com motores
Logo após serem removidos do local da queda, os motores do avião tiveram um destino confuso: Inicialmente, eles seriam encaminhados para uma empresa em Goiânia (GO), onde seriam periciados.
Entretanto, a decisão do Cenipa na escolha daquela empresa foi questionada, já que o local, além de ser distante de onde ocorreu o acidente, não seria certificado pelo fabricante do motor, a canadense Pratt & Whitney. A empresa, entretanto, teria a certificação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para realizar essa tarefa.
Enquanto saía de Minas Gerais com destino a Goiânia, a carreta com os motores foi, então, desviada para a sede do Cenipa, em Brasília. Após idas e vindas, os motores acabaram sendo levados para uma unidade da fabricante em São José da Lapa (MG), localizada dentro do complexo tecnológico da IAS (Indústria de Aviação e Serviços).
Esses dois motores possuem peças e componentes de outros fabricantes, que também estão presentes no polo tecnológico, o que agiliza a realização da perícia.
Projeto de lei parado
Uma semana após o acidente, o senador Telmário Mota (Pros/RR) apresentou o projeto de lei nº 4009/21, chamado de projeto de lei Marília Mendonça.
A proposta prevê sinalização de linhas aéreas de transmissão de energia. Além disso, também há a previsão de que as torres sejam pintadas de maneira a facilitar sua identificação pelos pilotos.
A página de tramitação do projeto, no site da Câmara dos Deputados, indica que o projeto está parado na Comissão de Minas e Energia desde 20 de julho, pouco antes do início do período eleitoral de 2022.
Relembre o acidente
No começo da tarde do dia 5 de novembro de 2021, o avião King Air C90 de matrícula PT-ONJ decolou do aeroporto de Santa Genoveva, em Goiânia (GO) com destino ao aeroporto de Caratinga, em Ubaporanga (MG). A previsão era que Marília Mendonça se apresentasse no Parque de Exposições de Caratinga na madrugada.
A bordo estavam dois pilotos e três passageiros, e a operação era feita pela empresa de táxi aéreo PEC Aviação.
Durante a aproximação para o pouso, o avião se enroscou em uma linha de distribuição de energia, caindo em seguida em uma região de cachoeira em uma área rural.
A causa da morte de todos a bordo foi a série de traumatismos ocorridos na queda, segundo laudos da Polícia Civil de Minas Gerais.
Ficha-técnica do avião
Segundo a empresa de fretamento norte-americana Executive Fliteways, as características do King Air C90, família do modelo que levava Marília Mendonça, são as seguintes:
Capacidade: Até seis passageiros e dois pilotos
Comprimento: 10,82 metros
Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 15,32 metros
Altura: 4,34 metros
Peso máximo de decolagem (incluindo bagagem, pessoas a bordo e combustível): 4,58 toneladas
Velocidade de cruzeiro: 416 km/h
Autonomia: 2.445 km de distância
Altitude máxima de voo: 9,1 km
Fonte: Todos a Bordo/UOL