O quilo do ovo está custando quase três vezes mais do que a mesma quantidade de chocolate em barra. Se vier com brinde, a diferença pode ser de cinco vezes mais, revelou uma pesquisa do Procon de São Paulo. Mas por que isso acontece? As empresas dizem que a produção é muito mais cara.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
• Facebook
• Twitter
• Instagram
• YouTube
• Koo
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
Os dados mostram que o preço médio de um quilo de ovo de Páscoa simples (sem nenhum acessório ou brinquedo) é de R$ 214,96, enquanto os mais sofisticados (com brindes inclusos) chegam a R$ 394,65. Já o quilo dos bombons sai por R$ 124,81 e as barras, por R$ 77,27 o quilo.
Entenda a diferença:
1. Produção mais cara
O ovo de Páscoa passa por um processo de fabricação mais complexo do que uma barra de chocolate tradicional.
A fabricação utiliza muito mais mão de obra manual, especialmente na parte da embalagem, diferentemente de um simples tablete, que é produzido o ano inteiro em uma máquina automatizada, de onde saem centenas de toneladas automaticamente.
Para dar conta dos pedidos, as empresas contratam funcionários temporários, o que aumenta a folha de pagamento.
2. Embalagem
A embalagem é mais cara, por ser grande, laminada e colorida, diferente de uma caixa de bombom ou de um tablete, que tem embalagem simples para encaixe na máquina.
Outro quesito que encarece muito os ovos de Páscoa são os personagens, porque é preciso pagar royalties para cada empresa responsável por eles. Os brinquedos que vêm dentro também afetam o preço final.
3. Armazenamento por meses
Além disso, a fabricação começa muito antes da Páscoa, entre setembro e outubro, e esses ovos precisam ficar armazenados em ambiente climatizado, para não correr o risco de derreter. Esse processo de armazenamento contribui para o aumento dos preços.
4. Transporte delicado
Chocolates em barras ou bombons são transportados com mais facilidade. Mas os ovos de Páscoa ocupam muito espaço porque são ocos e podem quebrar facilmente.
Um caminhão que leva 12 toneladas de tablete de caixas de bombons, só consegue transportar quatro toneladas de ovos.
5. ‘Seguro’ desperdício
Por fim, as empresas adicionam um custo para cobrir eventuais perdas. Após a Páscoa, os ovos que não são vendidos voltam para os fabricantes e podem gerar prejuízo. Por mais que cálculos e estudos sejam feitos, sempre sobra.
As pessoas aceitam pagar, diz professor
Esses custos citados acima até influenciam o preço final dos ovos, mas o peso maior está em um componente emocional, chamado de percepção de valor, na opinião de Walter Franco Lopes, professor de economia do Ibmec São Paulo.
A percepção de valor é quanto um produto vale aos olhos do consumidor, ou seja, quanto ele se dispõe a pagar por aquilo. Por ser uma data especial e fazer parte de uma tradição, muitas pessoas aceitam pagar mais caro por um ovo de Páscoa para si mesmas ou para presentear alguém.
“A satisfação em comprar ou receber um ovo de Páscoa é muito maior do que a de comer um chocolate em barra, e, por essa satisfação, as empresas cobram mais caro”, diz ele.
Se o consumidor quiser mesmo presentear amigos ou familiares com ovos de Páscoa, a dica é focar em produtos mais específicos. É claro que no final das contas é tudo chocolate, mas alguns tipos não são encontrados em barras ou bombons, como os com camadas diferentes de recheio, por exemplo.
Fonte consultada: Ubiracy Fonseca, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas.
Fonte: UOL