Morreu, aos 73 anos, em Belo Horizonte, o cantor e compositor Lô Borges, referência fundamental da música brasileira e um dos criadores do Clube da Esquina. A morte foi confirmada pela família nesta segunda-feira (3). O artista estava internado na UTI desde 17 de outubro, após uma intoxicação por medicamentos.

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Segundo a família, Lô Borges precisou de ventilação mecânica e, em 25 de outubro, passou por uma traqueostomia. O quadro de saúde se agravou, levando ao falecimento do músico.

🎼 Um dos pais do Clube da Esquina
Parceiro histórico de Milton Nascimento, Lô Borges foi peça central na criação do movimento Clube da Esquina, que revolucionou a música brasileira com uma fusão de rock, jazz, MPB e influências latino-americanas. Entre seus sucessos, destacam-se clássicos como:

• “Um girassol da cor do seu cabelo”
• “O trem azul”
• “Paisagem da Janela”

👦 Raízes e encontros que marcaram a história
Nascido como Salomão Borges Filho, sexto de onze irmãos, ele cresceu no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte. Ainda criança, mudou-se temporariamente para o Centro da capital, onde, aos 10 anos, conheceu Milton Nascimento — encontro que mudaria sua vida e a MPB.

Outro momento marcante ocorreu quando, andando pelas ruas do Centro, encontrou Beto Guedes, então também com 10 anos. Ambos tornaram-se parceiros musicais.

🎤 Clube da Esquina: nascimento de um movimento
De volta ao Santa Tereza, Lô continuou explorando a música, sempre frequentado por Milton. Nas esquinas das ruas Divinópolis com Paraisópolis, surgiu a parceria que daria nome ao álbum “Clube da Esquina” (1972) — considerado um dos maiores discos da música brasileira e eleito, décadas depois, o 9º melhor álbum da história pela revista Paste Magazine.

No mesmo ano, Lô lançou seu primeiro álbum solo, o célebre “Disco do Tênis”.

🌅 Pausa, retorno e novos trabalhos
O auge precoce levou o artista a uma breve pausa, quando viveu em Arembepe, na Bahia. Retornou em 1978 mais maduro e lançou “Via Láctea”, obra que ele próprio considerava uma de suas melhores.

Nos anos 1990, voltou aos holofotes com “Dois Rios”, em parceria com Samuel Rosa, e em 2019 iniciou o hábito de lançar um álbum por ano.

Seu último trabalho, “Céu de Giz”, foi lançado em agosto de 2025 em parceria com Zeca Baleiro, reafirmando sua vitalidade artística até os últimos anos de vida.

Por Nágela Cosme